terça-feira, novembro 23, 2010

E assim passou a NATO por Lisboa

A NATO lá se reuniu em Lisboa sem problemas de maior e com promessas de reforma e de resolução de casos pendentes. É cedo para se saber se há possibilidade de salvar o Afeganistão das suas muitas ameaças com uma saída airosa (tanto uma como outro hipótese são duvidosas). Por outro lado, a futura cooperação com a Rússia promete desanuviar uma tensão nada desejável no leste da Europa e no Cáucaso e fortalecer ainda mais a aliança contra as novas ameaças globais - o Irão provavelmente entendeu a mensagem. Ver-se-à se Lisboa deste fim de semana ficará para a história.


Um qualquer habitante da cidade poderia passar à margem da Cimeira, desde que não vivesse (ou trabalhasse) na área do Parque das Nações ou não precisasse de usar alguma das vias condicionadas. Estive na capital nestes dias e tirando as entradas vigiadas do Vasco da Gama, restos de barreiras em Belém e de manifestantes no Rossio, nada vi de substancialmente diferente. Ao que parece, o controlo nas fronteiras funcionou bem (apesar dos protestos) e o temido Black Block não conseguiu fazer das suas. É bem possível que muitos dos retidos que se queixavam de não poder entrar no país e da sua "falta de democracia" fossem na realidade membros desse movimento que ocupa o tempo a partir montras e a montar coktails molotov. Mas a coisa seguiu sem problemas, mas revelando uma incrível e variada fauna, que o Miguel Castelo Branco reportou fotograficamente, para nosso gáudio e para deleite da sociologia. Ficamos mesmo a saber que Os Cinco, tão bem comportados e amigos da ordem e dos british values, enveredaram por maus caminhos e foram parar à prisão. Felizmente têm amigos que não se esquecem deles. Ou então eram eles as más companhias. Nunca se sabe.

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