sábado, maio 28, 2005

A TV, os adeptos, as suas cores e o triunfal regresso do Liverpool

Numa semana fértil de bola, e completando o regresso à glória dos míticos clubes de vermelho, o Liverpool venceu ontem o AC Milan numa empolgante e incerta final da Liga dos Campeões. Vinte e um anos mais tarde, os rapazes de Anfield Road voltaram a erguer a máxima Taça do futebol europeu, novamente frente a italianos.
Cheguei a casa ainda antes da partida começar. Esperava ver, antes da bola começar a rolar, a entrada dos jogadores, momento sagrado e inesquecível, e as coreografias das claques. Sempre achei que os cânticos, as bandeiras e os enormes lençóis eram um espectáculo dentro de outro, embora pense que os elementos das claques deveriam ficar-se pelas (pacíficas) acções de bancada, para evitar cenas deploráveis como as verificadas na Baixa do Porto no último Domingo. Mas os aspectos visuais valem quase tanto como o jogo em si.
O problema é que desde há uns tempos para cá as TVs quase nunca mostram o público presente, excepto em pequenos flashes e de forma secundária. Preferem focar a cara reservada dos técnicos, ou o acne de um qualquer jogador, ou até aspectos do relvado. Mas nada da vibração nas bancadas. Para mais os realizadores televisivos passam o tempo a fazer repetições que não interessam nada e passam à pressa pelos principais lances dos jogos (relembre-se o fantástico golo de Manniche no EURO 2004, vedado em directo aos telespectadores por repetições de um mero canto). Mas isso ainda percebo, pela pressa que há em escolher as melhores situações de golo. O não filmar as coreografias é que, sinceramente, me fica atravessado. Ainda por cima tínhamos em confronto um conjunto de adeptos de cânticos esmagadores perante outro cujos efeitos visuais são dos melhores que se podem ver em qualquer estádio. Ficam dois pequenos exemplos da malta de Anfield Road e dos rapazes de S. Siro.





Claro que a parte mais importante é o próprio jogo. E este não desiludiu ninguém: um Milan esmagador na primeira parte, a fazer antever um novo recorde em finais (pertença dos próprios milaneses), e um Liverpool com uma capacidade de reacção fabulosa, a empatar a partida e a levá-la para as grandes penalidades, em que Dudek (guarda-redes que eu já vi, ao vivo, sofrer um dos melhores golos jamais marcados em competições europeias), aos saltos, levou a melhor sobre o desconcentrado Sevtchenko e o especialista na matéria Dida.
O Liverpool voltou à glória muitos anos depois. Merecidamente. Mais do que os homens do sr. Berlusconi, ainda que se chamem Maldini ou Rui Costa.



com a cortesia do Terceiro Anel

Um comentário:

Apre disse...

Que tal a DOBRADINHA À MODA DE SETUBAL?!