domingo, dezembro 31, 2006

Se algo de positivo trouxe 2006 foram novos blogues. Alguns deles excelentes.
Já falei várias vezes do Amigo do Povo, mas outros surgiram, como o Corta-Fitas, o Cachimbo de Magritte, o Herdeiro de Aécio, o provocador mas divertido Franco-Atirador, e outros a quem reconheço alguns paradoxos curiosos e grandes divergências, como o Combustões.E o ano ainda me permitiu travar conhecimento com outros bloggers de áreas bem distintas, como O Corcunda. E outros haverá, mas a memória agora é que não dá para mais.
Se não trouxer mais nada de exaltante, que 2007 seja o ano da confirmação destes espaços e traga outros de igual qualidade. Um desejo não tão difícil assim de se concretizar.

Bom ano de 2007
O calamitoso fecho de 2006

O ano acaba de forma a todos os títulos trágica. Saddam acabou por fim assassinado ("execuções" são coisa para mim meros homícidios disfarçados de legalidade enviesada), mostrando que o país que ajudou a construír no meio da barbárie e da ferocidade continua tão feroz e bárbaro como antes, com uma guerra civil efectiva entre hordas comandadas por novos Madhis e Nabucodonosores. Só mesmo a alimária que desgraçadamente preside aos EUA e alguns dos seus dementes seguidores imaginam que isto é "um passo importante para a democracia noIraque". Quando alguém defende a pena de morte como forma de implantação democrática é porque não tem qualquer princípio civilizacional.

Os costumeiros atentados voltaram a sacudir Bagdad. Uma rotina para a Mesopotâmia, mas a que os espanhois não estavam já habituados e para a qual tiveram de abrir os olhos quando a ETA voltou a mostrar-se. O atentado de Barajas deve ter enterrado todo o duvidoso esquema de negociações que Zapatero e Carod Rovira incrivelmente julgavam possível. Otegui, o porta-voz oficoso dos etarras, atribuiu as culpas a Madrid. Talvez agora o governo do PSOE seconvença que não está perante meros nacionalistas com ânimos ligeiramente exaltados, mas sim com uma mistela de extremistas e mafiosos à boa maneira da Cosa Nostra.

A nossa "protecção civil" voltou a dar um exemplo de negligência e incompetência que custou a vida a meia dúzia de pescadores, perante a impotência desesperada de alguns locais na praia. Os contornos da falha serão, espera-se, apurados em inquérito, mas com certeza que não se aceitarão justificações que falem de "azares" ou "fatalidades". A culpa deve ser apurada e não pode morrer solteira. É demasiado grave que existam serviços públicos que não cumpram minimamente os seus deveres mais básicos, como não deixar morrer inutilmente os seus cidadãos. E mais penoso se torna pensar nisto quando se pensa que já houve há uns anos um filme, realizado por José Nascimento, com o explícito título de Tarde Demais, baseado em acontecimentos reais em tudo semelhantes à tragédia dos homens do Luz do Sameiro. De que terá servido, então?

Mas há regiões em que as coisas são bem piores. Na Indonésia, naufragou um ferry pelas razões de sempre: más condições de segurança e excesso de passageiros. Centenas de desparecidos no mar revolto pagaram por isso. E não é caso isolado. O Terceiro Mundo existe mesmo, e apesar de todas as evidências em contrário, Portugal não lhe pertence. E assim termina o ano.

sábado, dezembro 30, 2006

E se o Balípodo pudesse alterar o futebol?

Um dos sites de futebol que mais gosto de ver é o Balípodo. O espaço é brasileiro, o que vem confirmar a minha ideia de que os nossos gigantescos parceiros da CPLP são tão bons a escrever sobre bola como a jogá-la. Entre a crónica, a notícia e a previsão do futuro, há de tudo nas suas colunas divididas em diferentes secções, cada qual com seu assunto.
Uma dessas rubricas, chamada com propriedade "E se..." , tenta adivinhar o que aconteceria caso determinada situação seguisse outro rumo, como por exemplo, se Mourinho fosse treinar o Brasil, ou se em lugar da Liga Espanhola houvesse vários campeonatos regionais. Uma das melhores imagina como teria sido um hipotético Mundial de Clubes em 2001, seguindo-se à primeira experiência da prova que levou o Corinthians de Dida, Gamarra, Vampeta e Edilson a sagrar-se campeão mundial frente ao Vasco da Gama de Helton, Romário e Donizete. Imagine-se o Corunha comapeão mundial,frente aos brasiliros doPalmeiras, depois da queda de todos os favoritos.Vale a pena ver essa pequena ficção e muitas outras com que o Balípodo nos brinda.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

A divisão da Somália


As fronteiras da Somália redefinem-se pela enésima vez em cem anos. Depois de ser uma colónia quadripartida entre a Itália, Inglaterra, França e Etiópia, de se ter unificado num território independente, de ter assistido ao colapso do regime de Siad Barre, à tribalização do seu poder (balcanização seria aqui um eufemismo) e a uma desastrosa intervenção da ONU, que deixou traumas bem conhecidos, contra Aidid e restantes senhores da guerra, o governo interino que tinha sido estabelecido com um pacto entre várias facções, há dois anos, acabou por ser varrido pela União dos Tribunais Islâmicos, ao que se crê com ligações ao terrorismo islamita. Os radicais islâmicos, seguidores de várias correntes como o Waabismo e o Salafismo, conseguiram entrincheirar o governo interino em Baidoa. E teriam certamente acabado com ele se a Etiópia, invocando ameaças ao seu território, não tivesse entrado em cena.

O conflito ganhou alguma dimensão religiosa (a cristã Etiópia contra os radicais islâmicos), e, como se viu pelos espectaculares avanços, a pátria de Selassié e do Prestes João mantém em bom estado o armamento cedido pela URSS. Mogadíscio caiu sem grande dificuldade, assim como boa parte do território. Agora, é o governo de Baidoa e seus apoiantes que avançam sobre os islamitas. Mas há que contar com a reacção da Eritreia. A jovem nação africana, que ajudou os actuais dirigentes etíopes a expulsar Mengistu do poder, vive agora em permanente conflito com os antigos aliados, e, por razões tácticas, auxilia os tribunais islâmicos. O Sudão, sob a presidência de al-Bashir, um dos responsáveis pela tragédia do Darfur, é outro dos apoiantes dos radicais. O Quénia posiciona-se ao lado da Etiópia.

A Norte, a Somalilândia, antiga colónia britânica que há já largos anos declarou a independência, apesar de não ser reconhecida pela comunidade internacional, tem conseguido manter a estabilidade e uma certa paz, com o seu governo misto, semi-democrático e com representação dos clãs. Assim o deixem no seu canto.

Um caldo étnico, religioso, territorial e cultural que promete não parar por aqui, num dos países mais martirizados de África, verdadeiro símbolo do estado anárquico sem rei nem roque. O seu futuro depende dos resultados dos combates em curso e da entrada em cena (ou não) dos diversos actores regionais, além da impotente União Africana, sediada precisamente na Etiópia. Veremos se é desta que a Somália consegue transformar-se em qualquer coisa que lembre um país digno desse nome.

PS: as origens da Somália e dos seus conflitos são mais facilmente percebidas neste post do Herdeiro de Aécio

domingo, dezembro 24, 2006

Uma comemoração intemporal

Chegamos por fim à véspera do dia que tão vilipendiado tem sido, mesmo aqui na vizinha Espanha. Com argumentos incompreensíveis e em grande parte falsos, algumas entidades, públicas e privadas, escondem o carácter fundamental e primevo da celebração: o Nascimento de Cristo. Parece que o nome do Salvador incomoda pessoas de "outras crenças", embora ninguém se tenha lembrado de perguntar isso às mesmas; que o Natal é uma mera comemoração do solstício de Inverno; e que símbolos com algum carácter religioso ofendem são potencialmente ofensivos.

Olhando bem para estes casos, não direi que há uma guerra generalizada contra o Natal, mas tão somente umas cabecinhas, que, por extraordinário acaso das coisas, têm alguns cargos de direcção, e que camuflam assim um ódio ao cristianismo e às religiões no seu todo, ou uma enviesada ideia de modernidade. Felizmente, as reacções a esta imbecilidade pré-instituída não se fizeram sentir, vindas de políticos, opinion-makers, ou representantes das "outras crenças", cientes igualmente que este presumido paternalismo de que gozariam com tais interdições não passa de um atestado de menoridade, que dispensam.

Estou convencido que actos como estes não vieram para ficar, mas apenas para nos atazanar durante uns anos, antes de serem deitados no caixote do lixo das modas estéreis. A força das
tradições intemporais comumente celebradas (e ainda mais se trouxerem uma mensagem de paz e concórdia) é muito mais forte do que todas as inibições que alguns pretendem impingir. E o Natal continuará a ser celebrado per secula seculorum, com mais ou menos formas de comemoração, pratos de consoada ou consumismo.

Um Santo Natal para todos

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Vocabulário dispensável

Se se reparar bem em grande parte dos discursos políticos actuais (como o da discussão da AR de hoje), notar-se-à que muitos dos predicados utilizados - posso falar em predicados ou a TLEBS já está em vigor - são constantemente comidos. Sim, comidos. Querem exemplos? "O Governo ´tá a executar políticas de rigor"; "o Partido ´teve em peso com o candidato X"; "O Eng. Sócrates ´tá a tomar medidas necessárias/demagógicas".
Percebem? Alguns erros coloquiais, tão banalizados nas conversas do dia-a-dia, são utilizados pela classe política de forma descuidada e constante, como se estivessem a falar com o colega do lado e não numa tribuna para o país. Falo dos políticos porque são os que têm mais responsabilidades na condução do estado, e porque são figuras públicas e notórias, mas podia-me socorrer de outros exemplos existentes na sociedade, como a economia ou as artes.

Parece-me particularmente infeliz este descuido com o uso da língua fora do âmbito privado. Se se quer passar uma imagem de algum rigor, convinha estar atento a estas corruptelas orais. Eu sei que a língua está sujeita a evoluções e mudanças, por muito que nos custe. Mas em alguns casos isso pode não trazer qualquer melhoria. Imagine-se o "teve" como pretérito perfeito de dois verbos diferentes, ter e estar. Ou então este último transformado em verbo "tar". Ou ainda o verbo "perar". É que talvez não fosse pior começar a distinguir evoluções linguísticos e de fala dos meros atentados ou fortes vícios, causados por por simples facilitismo.

E na mesma linha, veja-se essa imbecil campanha feita pela BCP (cujo rosa das infinitas agências bancárias em cada esquina já não se suporta), com Bruno Nogueira a perguntar a uns supostos "jovens" se "kerem voar". Assim mesmo.

Não sei porque carga de água é que não põem "queres" em lugar do Kapa. Ou os senhores da campanha não sabem escrever senão ao telemóvel, ou então acham que todos os "jovens" a quem se dirigem são mentecaptos e só sabem ler assim. Bela imagem que a ubíqua instituição do Dr. Paulo Teixeira Pinto tem das novas gerações e das suas pontencialidades.

terça-feira, dezembro 19, 2006

A queda do império e o "sacrifício total"


Mobilização das tropas indianas

Passam agora 45 anos desde o fim do Estado Português da Índia. Em Dezembro de 1961, a União Indiana, sob Nehru, com forças que ascendiam aos 50000 homens, e inúmeros meios aéreos e navais, atacou os enclaves lusos. O lado português era defendido por pouco mais de 3000 efectivos, sem força aérea, com parcas lanchas de guerra, que cedo viram as sua comunicações destruídas por bombardeamentos indianos. A resistência era impossível e suicida.
Salazar sabia muito bem disso. Mas imbuído de sentimentos de "honra", a milhares de quilómetros de distância, pediu o "sacrifício total" aos soldados portugueses, para"prestar serviço ao futuro da Nação". "Vitoriosos ou mortos", pedia o velho abutre, que jamais respirou o ar de qualquer colónia, quase não saía do rectângulo, e não proporcionou melhores meios de defesa a quem tinha essa missão. Apenas pedia para remeterem as relíquias de são Francisco Xavier para a metrópole, que essas sim, urgia proteger.
Como é sabido, Vassalo e Silva não esteve virado para martírios inúteis nem tragédias euripedianas, e acabou mesmo por se render, a 19 de Dezembro, impedindo um banho de sangue. Pagou com isso a carreira, que só seria reabilitada em 1974, e a liberdade, com uma estadia de alguns meses nas prisões indianas, juntamente com os seus homens.
Assim acabou, quatrocentos anos volvidos, o império erguido pelos Gamas, Albuquerques e Castros, vitimado pelos ventos da descolonização mundial, pela supremacia das forças indianas e por uma política ultramarina isolacionista e desastrosa. Tão desastrosa que levaria ao avolumar da penosa Guerra do Ultramar, suportada por toda uma geração, e pelos cofres do Estado, e que teria como consequência, anos mais tarde, o derrube do próprio regime pelas suas Forças Armadas.

(Para mais informações, este site é um bom início)

Rendição oficial dos militares portugueses

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Oh, raio!

Há imenso tempo que tenho aqui nos drafts a descrição de uma passagem por Génova, feita no Verão do ano passado. Só que o suplemento Fugas, do Público, antecipou-se, e pior do que isso, com um relato muito próximo do meu, tanto no percurso efectuado como nos elementos observados. Ah, mas isto não fica sem troco. Em breve lanço a minha resposta, desastradamente atrasada por causa das notas sobre outras cidades visitadas na mesma viagem, que não estão devidamente postas em ordem. Revisitar o Verão do Mediterrâneo no Inverno: ora aqui está uma ideia susceptível de provocar melancolia à mistura com boas recordações.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Mais uma dádiva do YouTube



Os Placebo são uma banda com os seus momentos altos e baixos, outrora alojados nas lantejoulas e na androginia do Glam Rock do início da carreira e na idolatria por David bowie, prosseguindo depois numa fase rock + electrónica. Surgiram provocando estranheza e desconfiança e ascenderam ao estatuto de banda respeitável, com vendas de milhões de discos e concertos esgotados em todas as cidades. Chegaram inclusivamente a participar no filme Velvet Goldmine, ao lado de Christian Bale e Ewan McGreggor, fazendo praticamente deles próprios, só que com nome diferente.
Também tiveram êxito no formato DVD. Um deles mostra o concerto que realizaram em Paris, em 2003, com um Brian Molko bastante fluente na língua gaulesa, acabando em apoteose a cantar Where is my Mind, dos Pixies, em dueto com o próprio Frank Black, ao seu melhor estilo rocker, de blusão de couro, óculos escuros, crâneo rapado e a eterna barriga proeminente.
Podem ver aqui a a interpretação global da música. E agradeça-se, uma vez mais, a quem se lembrou de inventar o YouTube.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Morto o bicho, morta a peçonha


Morreu enfim Augusto Pinochet, de forma natural, coisa a que muitos dos seus compatriotas não tiveram direito durante a sua presidência. Restam-nos aqueles a quem ele não deixa saudades, e que não resistiram a comemorar o seu fim; e os outros que ainda acreditam que Pinochet salvou o Chile da hecatombe, que aprovaram as matanças no estádio de Santiago e que ainda acham que o general deixou o poder "voluntariamente" (isto é, depois de perder um referendo e já sem o apoio de sempre dos EUA) e deixou um pais "próspero" (para se aferir melhor tal "prosperidade", criada pelos Chicago boys, é favor ler isto), sem pelo caminho desviar nada. Entre estes, conta-se a Srª Thatcher e alguns "liberais" pouco esclarecidos, que divinizam o ditador. Sem dúvida um exmplo magnífico do liberalismo que estes senhores pretendem para o mundo. Deus tenha piedade não só da alma do ex-ditador, se ele se tiver arrependido, mas igualmente da sanidade mental destes pobres de espírito.

Stroessner também morreu este ano. Fidel não parece ter muito mais tempo de duração. Os tempos estão maus para ditadores sul-americanos.

sábado, dezembro 09, 2006

O guarda-chuva desconhecido


Entre as várias expressões lisboetas a que não me habituo, há uma - para além da questão Fino - Imperial, que serviria perfeitamente de traço de divisão do país, bem mais eficaz que a imaginária linha de Rio Maior, no PREC - que se adequa perfeitamente ao tempo que faz: o uso de "chapéu de chuva". Para mim, são efectivamente chapéus de material variável, desde que impermeáveis, que se usam na cabeça para proteger da chuva. Em Lisboa (e noutras regiões próximas, cujo limite desconheço), são aquilo que vulgarmente conheço por guarda-chuva. Como farão os cultores do"chapéu"para se distinguir? E porque não usam o prefixo guarda seguido do hífen? Outros usam umbrella ou parapluie. Porque não há de haver uma palavra própria que classifique o objecto (sem recurso à famigerada TLEBS) por si mesmo sem ambiguidades inúteis? Pensem nisso, que me poupavam muito latim.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Desaire

Há exactamente um ano, afastávamos o Manchester United das competições europeias e seguíamos para os oitavos. Ontem, os ingleses desforraram-se e passaram eles à fase de eliminatórias. Do mal o menos, sempre ficámos na UEFA. Mas além de nos terem ganho os dois jogos, ainda se encarregaram de perder naqueles em que precisávamos que triunfassem. Gente vingativa.
No jogo de ontem, safou-se o míssil de Nelson e algumas excelentes jogadas de Simão. A defesa estava totalmente desorganizada, e o jogo de cabela foi uma lástima. E, claro, o livre concretizado segundos antes do intervalo deitou tudo a perder. Estava mesmo a prever que aquilo ia acontecer. É sempre nestes momentos que sofremos golos.
Diga-se que a nossa missão era quase impossível perante um United em grande momento de forma e a precisar igualmente de ganhar. Trocaria de bom grado a vitória em alvalade por uma ontem. Agora que esta fase acabou, constata-se que duas tradições se mantêm: uma, é a do Benfica nunca fazer bons resultados em Old Trafford. Outra, é a de marcar grandes golos em solo inglês. Foram quatro no último ano e meio (e ainda podíamos recuar áquele grande jogo contra o Arsenal). Para os apreciadores do futebol espectáculo acima de tudo já não é coisa pouca.

domingo, dezembro 03, 2006

Dois dias de atraso


Há datas que não se esquecem. Porém, mais vale tarde do que nunca.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Links

Uma colheita especial, por Domingos Miguel, no Noite Americana, em especial esta parte:

"não é preciso ser um génio, para perceber que um tipo que faz o primeiro Alien, Blade Runner, Black Rain (grande filme, já agora), Thelma and Louise, Gladiator e Black Hawk Down, só para dar alguns exemplos, não está propriamente preocupado com a consistência."

O Caso Richards, no Estado Civil, ou quando em momentos de irracionalidade e raiva o nosso racismo vem à superfície. Mesmo que pensemos sempre que "não sou racista". Só que geralmente há sempre um "mas" depois dessa afirmação.
Craignotbond*

Já que falamos de cinema, é preciso que se diga que o último James Bond, Casino Royale, tem muito do que se pede a um filme da série: uma história escrita (inspirada) por Ian Fleming, acção sem fim, hoteis glamourosos, Bond-girls a sério (está de parabéns quem se lembrou de Eva Green), roupas com estilo, países ensolarados e até o regresso dos Aston Martin, depois de anos e anos de insípidos BMWs. Só falta mesmo uma coisinha fundamental: James Bond. No lugar dele, estava lamentavelmente um tipo com ar de bruto, ou de boxer recém retirado, que já andara por Munich e Caminho para a Perdição, com os mesmos modos de carcereiro da Torre de Londres no período isabelino.



*Escusam de procurar o site, que está desactivado há já uns tempos