quarta-feira, agosto 15, 2007

A longa espera da Matriz de Caminha



Bom exemplo do nosso atraso nas obras de restauração do nosso património é o da Matriz de Caminha. O cartaz de licenciamento das obras anuncia um prazo de quatrocentos e vinte dias, os custos totais e os inevitáveis contributos do FEDER. Pois já lá vão mais de 4 anos, e a Matriz sempre sem abrir. Desconfia-se que os orçamentos foram igualmente ultrapassados. Continuam-se a ver andaimes sobre a muralha e tapumes a camuflar as ruínas da casa onde nasceu Sidónio Pais, se bem que com uma interessante biografia e ilustrações como decoração.
Não deixa de ser sintomático tamanho atraso, e muito estranho o facto de uma vila ficar sem a sua igreja principal utilizável durante tanto tempo, para mais Monumento Nacional, dos mais conhecidos da região. Vale o tecido urbano envolvente, as ruelas estreitas e longilíneas, a biblioteca, antiga prisão com condições pavorosas onde os presos estendiam as mãos por entre as grades, pedindo esmolas, agora bem recuperada e apetrechada, os pequenos largos, as capelinhas, a muralha, e a longa rua direita, com os seus numerosos bares, que se estende desde a Alfândega até à quatrocentista torre do Relógio, desaguando depois na bonita e arranjada Praça do Terreiro, ou do Conselheiro Silva Torres, com as suas esplanadas rodeando o chafariz.

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