terça-feira, julho 29, 2014

Dinastias que passam



À volta da derrocada do império Espírito Santo e do seu grupo fala-se também no que acontecerá à própria família, numerosa e com importantes ligações ao grupo. É certo que nem todos os elementos precisam dos rendimentos que provinham do grupo económico, e fizeram a sua vida com meios próprios e autónomos. Mas é curioso pensar como o nome da família, que transmitia logo uma aura de poder e propriedade, e, como muitos ousam recordar, abria as portas a qualquer negócio fosse em Portugal ou fora, corre o risco de a perder de um ano para o outro. Nada que espante: já tivemos os Quintela, com o magnânimo conde de Farrobo a marcar o seu apogeu, os Burnay, os Mello, os Champalimaud. Nomes que com o passar do tempo e a mudança da propriedade e do poder de direcção das figuras carismáticas que iniciaram os seus grupos económicos e dinastias correspondentes, foram passando e deixaram de ser sinónimo de domínio da economia nacional. Da mesma forma, a prestigiada família Espírito Santo vai em pouco tempo tornar-se um apelido como qualquer outro (até porque há outras famílias Espírito Santo sem qualquer ligação com a do BES). Até ser substituída por outro clã. Ou talvez não, que a globalização e o mercado livre já não permitem tão facilmente a ascensão de grandes grupos familiares.

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