sábado, setembro 12, 2020

Brechas súbitas em previsões a longo prazo


Só há umas semanas é que vi finalmente AI - Artificial Inteligence, de Spielberg. O filme data do Verão de 2001 e mostra como uma criança-robot pode adquirir emoções e capacidade de amar e sentir afeição pelos outros. É tocante e ao mesmo tempo perturbador, como é sempre que se toca nesta temática.

Mas o filme seria supostamente uma tentativa de antecipar o futuro. A certa altura, e para obter respostas, a criança artificial (Haley Joel Osment, o miúdo-actor daquele tempo) desloca-se pelo ar na companhia de Gigolo Joe (Jude Law no papel de um robot com função correspondente ao nome) até uma cidade abandonada e isolada por causa da subida dos oceanos, nos confins do mundo habitável, que não é outra senão Nova York. Um dos vestígios que restam por sobre as águas são as torres gêmeas do World Trade Center. As mesmas que, ironia cruel, ruiriam em pó e chamas semanas depois do lançamento do filme, passaram hoje 19 anos.
Convenhamos que para um filme supostamente premonitório esse desaparecimento tão precoce do futuro imaginado retira alguma credibilidade, embora mais por má fortuna do que por incapacidade de previsão. Mas tornou reais outros dos medos já tinham sido sublinhados noutros filmes-catástrofe. Veremos é se essa antevisão da inteligência artificial também não resistirá ou se pelo contrário contém algo de premonitório.

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