Posts céleres
Aquele anúncio que agora anda para aí, do apaixonado impetuoso que corre para oferecer a flor à menina dos seus olhos, e que se vê suplantado pelo descontraído rival que se antecipa com uma MMS, é um símbolo de como o moderno materialismo suplanta por vezes o Amor. A moral do anúncio é de que os MMS conseguem o mesmo efeito por vias mais céleres. Mas o que custa é ver a presumível "derrota" do que correu mais, e, pior do que isso, a indiferença da menina ao seu esforço perante a superioridade tecnológica do rival. Ela prefere a imagem de uma flor digitalizada a poder tocar, sentir ou arrancar as pétalas à autêntica. Um sinal dos tempos? Ou a absoluta veia comercial e mercantilista de alguns, que lhes tolda toda e qualquer emoção ou sentimento mais arrebatador?
De uma forma ou de outra, estou do lado do tipo que corre. E espero que na continuação, a menina atire o telemóvel ao ar e se abrace apaixonadamente ao velocista e à sua flor autêntica.
Não olho para as notícias "de última hora" do Iraque que anunciam novos mortos, novos atentados ou novos ataques com grande espanto. Qualquer barbaridade vinda daquele território parece-me normal. É duro e insano, mas é mesmo assim. Bush dizia há um ano que o Mundo estava mais seguro. Não sei qual a sua medida de segurança. Mas na minha perspectiva, e suponho que na de qualquer pessoa com dois dedos de testa, este Mundo está um lugar bem pior para se viver. Onde quer que se vá e se esteja. Se esta Administração Americana precisava de mais provas de inépcia e embrutecimento, elas estão dadas.
Mas como é tempo de Páscoa, retiro-me para o Portugal semi-profundo. Mais posts só para a semana. E este ano, ao menos, o tempo parece querer dar algumas tréguas. Aproveitê-mo-lo, pois. Boa Páscoa a todos!
quinta-feira, abril 08, 2004
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