A verdadeira iliteracia
Uma noite destas estava a ver um popular concurso da RTP. A concorrente, com algum acaso e interessantes conhecimentos, conseguiu não só chegar à última etapa da prova mas também à pergunta final, sacramental, crucial, para aceder ao prémio de 50.000 €uros. O tema podia ser escolhido; como era formada em letras, e, parece-me, também em românicas, não tenho a certeza, escolheu literatura portuguesa. A pergunta era quem tinha ganho o Prémio Camões de 2004. Por acaso lembrava-me, até porque estou a acabar de ler um livro desse mesmo autor*. Mas a senhora fartou-se de enumerar escritores portugueses até o tempo acabar. Perdeu-se a oportunidade de ganhar a tal quantia. A pergunta, convinhamos, não era fácil. A resposta? Mário Cláudio. Mas a concorrente reagiu desta forma ao saber o nome do premiado: "nunca ouvi falar desse homem". Uma pessoa com formação em letras jamais tinha ouvido falar do escritor Mário Cláudio.
Antes de procurarem a iliteracia entre os jogadores de futebol, as manicures e os economistas, talvez fosse útil fazê-lo nas universidades, em particular nas que se dedicam ao fenómeno e à forma de o expurgar.
*Peregrinação de Barnabé às Índias. Custou-me muito a pegar nele, abandonei-o a meio, e só agora, no fim, é que vejo a qualidade e a beleza da obra.
quinta-feira, dezembro 01, 2005
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3 comentários:
Feios,porcos e maus...E broncos!!!
Abraço da da Zona Franca que está de volta ao activo!!!
E mai nada!
Uma grande verdade que falta descobrir : as universidades como pólo de grandes vaidades e poucos conhecimentos. Claro que há excepções, mas são mesmo raras...
CC
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