Os responsáveis
No suplemento Local (Norte)do Público de segunda-feira, vinha em destaque um artigo sobre os desacatos provocados por adolescentes em Moledo, nos últimos dias de Agosto. Como testemunha in loco de algumas réstias dessa situações, confirmo a descrição do artigo. A "miudagem" que cirandava pela povoação à noite, de copos e cigarros (legais ou não) na mão, nem sempre tinha propósitos pacíficos. O mínimo pretexto ou discussão servia para os pôr num estado de tensão ou de conflito pouco recomendável.
Claro que, como frisava o jornal, não se tratava exactamente de malta dos bairros, de resto pouco frequente naquela zona não urbana, mas sim de filhos de veraneantes, quantas vezes de classe média alta, a quem os pais, para não se aborrecerem, davam rédea solta e dinheiro para a mão. Os resultados, como desacatos frequentes que obrigaram mesmo a chamar a polícia, ou uma imensa barulheira dividida entre batuques e vozes altas, ficaram à vista
Melhor exemplo para mostrar as consequências da demissão das famílias na educação dos filhos é impossível. Eis uma boa temática a ser estudada por Maria Filomena Mónica. Fazendo o que bem lhes apetece com os meios necessários, julgando-se "rebeldes" e donos de si, tornam-se pequenos delinquentes. Actos próprios de quem julga que o mundo é seu, mas a quem falta valores para o poder julgar e compreender. Não se trata de "rebeldia" contra qualquer "sistema" ou qualquer imposição forçada ou mais castradora: é apenas a satisfação dos humores do momento, de qualquer maneira, sem sombra de racionalidade. Obviamente, um insulto a qualquer "rebelde" que se preze e que tenha uma causa mínima. Como não acredito em rebeldias sem causa, e como acho que a história da irreverência juvenil tem os seus limites, embora seja natural e até desejável nos seus meandros normais, quase que desejava o regresso de alguns castigos corporais para pôr algum travão a esta malta. Como apesar de tudo vivo no nosso tempo, apenas gostava que alguns paizinhos assumissem algumas responsabilidades e dessem às proles alguma educação a sério, ao invés de lhes darem notas. É que marginais por marginais, sempre prefiro a rapaziada dos bairros camarários, com bastantes mais problemas sociais e económicos que determinados meninos irresponsáveis.
sexta-feira, setembro 08, 2006
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