terça-feira, março 22, 2016

Bruxelas, agora


Quando ouvi de manhã na rádio a notícia dos atentados de Bruxelas fiquei preocupado, mas não espantado. Era quase certo que mais dia menos dia haveria algo do género na sede das instituições europeias e capital do país que mais jiadistas enviou percentualmente para o Médio Oriente. A ameaça era latente, há poucas semanas Bruxelas tinha passado por um quase estado de sítio, depois dos atentados em Paris, e a prisão do seu orquestrador fazia pensar que as diversas células não iriam quedar-se no marasmo.
Mas fiquei particularmente incomodado porque ainda ontem à noite tinha estado a rever curiosidades e obras da BD fraco-belga, há muito um dos meus interesses, e a pensar que se fosse a Bruxelas, que não conheço, não seria para ver a Comissão Europeia, o Manneken Piss ou o Atomium, nem por causa dos chocolates (de que também sou fã), das moules frites ou dos jogos do Anderlecht, mas para ir ao museu de BD e às livrarias especailizadas. Na senda de Hergé, E.P. Jacobs, Bob de Moor, Morris e de tantos outros, um universo que em Portugal pode-se quando muito encontrar em alfarrabistas e antigas coleccções particulares e que se tornou na maior exportação e num dos cartões de visita da Bélgica. De tal forma que hoje, para exprimir o "luto", muitos cartoons inspiram-se em Tintin, provavelmente e ainda o "belga" mais conhecido.



PS: já que fazemos campanhas de solidariedade em cada atentado na Europa, que tal pensar na Turquia? Em duas semanas sofreram dois nas principais cidades, Istambul e Ankara, fora os dos meses anteriores.

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