segunda-feira, março 14, 2016

O partido de Assunção Cristas

 
Ainda não sei muito bem o que será Assunção Cristas no CDS. A sucessão de Portas será sempre complicada, se bem que aqui, ao contrário da anterior saída, tenha o apoio do ex-líder, e por isso não passará pelas dificuldades por que passou Ribeiro e Castro. Lançou algumas propostas que devem ser estudadas, como a reforma de segurança social e as regras de nomeação do governador do Banco de Portugal, reiterou o apoio a Rui Moreira nas próximas autárquicas e declarou que o CDS se vai lançar sozinho à câmara de Lisboa. São pontos importantes. Mas ideologicamente falando, se é que isso ainda conta para alguma coisa, Cristas ainda deixa dúvidas. Sendo democrata-cristã, é muito duvidoso que queria voltar aos tempos do CDS original e "rigorosamente ao centro" de Freitas, Amaro da Costa e Basílio. Mas também não pode seguir a linha tão pragmática de Portas, nem voltar ao conservadorismo eurocéptico de Manuel Monteiro, até porque os "monteiristas" no partido se devem contar pelos dedos. E o facto de ter chamado para o núcleo duro alguns nomes tidos como mais liberais, como Adolfo Mesquita Nunes e João Rebelo, ainda complica mais qualquer previsão.
 
Será interessante seguir o percurso do CDS de Cristas, tanto na sua parte ideológica como na programática. Sem esquecer, apesar de tudo, que pretende fazer um caminho com mais autonomia do PSD, agora "social-democrata sempre", com intuitos de apanhar o centro, o que liberta espaços à direita.
 
 

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