terça-feira, setembro 07, 2004

Acontecimentos

Já muito se disse sobre a tragédia de Beslan. Falou-se sobre o horror indizível pela quantidade dos mortos - e mais ainda pela maioria serem crianças - pela crueldade dos raptores, o desespero das famílias e dos soldados que avançaram sem ordem para tal, os métodos dos russos relativamente ao terrorismo, o provável envolvimento da Al-qaeda, como se deve actuar na guerra da Tchetchénia, etc. Muito se dirá, ainda, envolvendo diferentes opiniões e teorias. O problema é que nenhuma poderá evitar por ora que casos semelhantes voltem a suceder. Dar-se-ão talvez algumas respostas, sim, mas só por si não evitam derramamentos de sangue - e de vidas - semelhantes. O que aterroriza é mesmo pensar como é que criaturas tomam como reféns milhares de crianças e respectivos pais com o intuito de as matar. Sim, o que seres destes querem é matar, trucidar, espalhar o terror. O terrorismo não tem outra base que não seja esta, seja qual for a língua em que se exprimam ou o culto que seguem os seus executores.
Mas este terrorismo do Cáucaso, que tem como contraponto a forma brutal como os russos aí actuam, além de demoníaco, tem uma característica premente: uma cobardia inaudita, daqueles que só usam a sua bestialidade contra hospitais, teatros, escolas, atacando os mais fracos, os indefesos, os desarmados, querendo fazer crer que se tratam de "combatentes por uma causa". Vê-se a "coragem" de tais "combatentes" quando nos chegam imagens dos ossétios: velhos humildemente trajados, mulheres desesperadas, com os seus pobres lenços enrolados à volta da cabeça, crianças em estado de choque, homens assustados, avós que correm á procura dos netos; eis os alvos das criaturas que escondem a cara ao Mundo.
As crianças perguntam frequentemente se há monstros, recebendo invariavelmente negativas dos adultos. Tenho agora sérias dúvidas sobre a verdadeira resposta a dar.

O assunto do barco do aborto nem merece grandes linhas. Paulo Portas e as "Não te prives" & "Women on Waves", essas espécies de girl bands do feminismo também não. A solução mais prática seria a meu ver permitir que o dito rebocador atracasse e se fizesse guarda (em terra) para que uma data de mulheres não fosse para o alto mar fazer abortos (em condições discutíveis). Fazia-se o debate necessário sem recorrer a figuras de urso. Assim não o entendeu o governo. E caíu na esparrela mediática. Quem manda armar em autoritário?

Um comentário:

Freddy disse...

Até q enfim há comentários!!!
A Zona Franca voltou!!!