Jornais, declarações e substituições
Se há jornais que estão em franca decadência, ou que desiludem se comparados com o que eram na altura do seu surgimento, o Independente é seguramente um deles. Já se sabia que de independente tem muito pouco, ainda que assumido o espaço político em que se move. Mas pedir a Luís Filipe Meneses que fosse o opinion-maker do destaque do jornal, a dois dias das autárquicas, é um bocadinho demais. Se se acrescentar que este senhor é um autarca com ambições distritais/nacionais e provavelmente a figura política mais incoerente do PSD, então estamos conversados. É que na sua coluna (link indisponível, creio), o autarca do lado de lá prevê a total hecatombe do PS, com derrotas esmagadoras no distrito do Porto (que só ocorreram em Felgueiras), a perda de câmaras de Braga, Vila do Conde, (onde ganhou com maioria) etc, além de outras previsões que, pese a pesada derrota socialista do passado domingo, ficaram bastante aquém dos seus augúrios. Mas do sr.presidente da margem sul pouco mais haveria a esperar.
Pior do que isso só a conversa da sua directora, Inês Serra Lopes, que extrordinariamente declarou que "os casos de Gondomar e Felgueiras são diferentes de Oeiras, porque são bastante mais pequenos que o concelho onde Isaltino ganhou"; isso perante o ar impávido e sereno dos parceiros de mesa. Extraordinariamente porque a senhora sem dúvida ignora que Felgueiras é um dos concelhos mais industriais do distrito do Porto, e, pior do que isso, que Gondomar fica às portas da Invicta, tem mais de 150.000 habitantes e uma área muito extensa, ao contrário da exígua Oeiras. Claro que são concelhos entre o suburbano e o rural, mas daí a serem pequenos vai um passo que a despreocupada e pouco esclarecida directora do Indy certamente não dará.
E já que falamos em jornais, apercebi-me de que as críticas cinematográficas do Público se suavizaram de forma notória. A razão é simples. Saíu Kathleen Gomes e entrou Jorge Mourinha. Pessoalmente não era um adepto do seu estilo, das suas críticas amargas a tudo quanto era um pouco mais "comercial", das suas bolas pretas, só ocasionalmente trocadas por um punhado de estrelas a uma intelectualidade qualquer do novo cinema do Kazaquistão, enfim dos seus ataques sibilinos e ríspidos a 90% da produção cinematográfica e musical - embora não fosse razão para insultar.
Assim, o ingresso do ex-jornalista do Blitz não só enriquece o diário e demais suplementos - leia-se "Y" - como lhe dá um estilo mais leve, menos carregado, mas nem por isso menos profundo. É uma boa notícia saber que o terei como objecto de leitura no comboio de Sexta-Feira.
sexta-feira, outubro 14, 2005
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3 comentários:
Esse Filipe Menezes devia ser posto na prateleira do esquecimento português, bem ao lado do Herman José, assim por uns 20 anos...
Boa sorte para logo!!!
Abraço da Zona Franca
essa menina Inês, dá-me volta aos fígados quando a ouço.
Agora o importante vai ser logo... vamos aviá-los com uma pinta daquelas!!
E não é que os aviámos mesmo?
Freddy, essa tua equipa, principalmente cá atrás, tem muito (pouco) que se lhe diga.
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