La France en flammes
É o assunto de que todos falam: a revolta dos adolescentes dos guettos parisienses (e não só), em especial da zona norte, de longe a mais degradada, o ódio à solta, a destruição de veículos, os ataques a cidadãos vizinhos e à polícia, a contestação a Sarkozy, enfim, todo o caldo de violência que invadiu o hexágono. Uma situação parecida com a do Maio de 68, mas sem o romantismo e o espírito livre inerentes aos soixante-huitards.
Pessoalmente não conheço muito bem o fundo da situação, nem os bairros em questão, a não ser alguns a sul de Orly, onde não há nem de longe nem de perto a degradação suburbana nem o clima de violência que se fazem sentir (e o mapa dos distúrbios mostra bem que esta zona foi bem mais poupada). Mas já passei por Saint Denis, em trânsito do Charles de Gaulle, e não fiquei com uma imagem muito positiva do lugar nem da gente que o habita. Mas como disse, não posso escrever muito até haver uma acalmia, e aí sim, se fará o rescaldo e consequente reflexão sobre o que se está a passar. Entretanto, bloggers e comentadores de todas as tendências continuarão a dissertar sobre o modelo social francês, as palavras de Sarkozy, o silêncio de Villepin, a não integração dos emigrantes, a degradação suburbana, o radicalismo islâmico, a arrogância dos franceses, etc.
Aconselho a todos estes textos de Henrique Raposo, no Acidental, ou os do Bom Selvagem, com o seu proverbial optimismo. Em sentido oposto, os do Insurgente, com o habitual wishfull think do "fim do estado social" perante o "superior estado liberal", e uma quase euforia por ver em que estado está a França, são absolutamente de fugir, a não ser para ver até que ponto vai a arrogância ultraliberal.
Até lá, deixemos o sr. Sarkozy actuar. Porque a onda vai necessariamente passar. Só à vista dos escombros é que se poderá relançar o debate e tirar as justas conclusões.
quarta-feira, novembro 09, 2005
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3 comentários:
Lê este post
http://guarda_factos.blogspot.com/2005/11/sentinela.html
que explica muita coisa e com a qualme identifico.
Um abraço.
Muita tinta vai correr sobre o assunto. E nao nos podemos esquecer dos outros casos europeus, como a belgica (sobretudo a flandres), a Alemanha (Saint Pauli conheci e é uma verdadeira bomba prestes a estoirar), UK e a vizinha Espanha.
Abraço
Já li, MFC, e dá muito que pensar.
Tinha ideia que o bairro de St Pauli era um pouco difícil, mas em diferentes aspectos.
Um abraço a todos.
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