domingo, maio 21, 2006

O toque dos extremos

Centos de vezes têm sido exploradas situações em que, por puro oportunismo ou causa comum, os extremos se tocam. Ainda esta semana pudemos ver apoiantes de extrema-esquerda e de extrema-direita lado a lado, a pugnar ruidosamente contra a reabertura da praça de touros do Campo Pequeno.
Por razões menos voluntárias, é interessante verificar nas semelhanças físicas entre alguns seres que se odeiam, ou que odeiam o que o outro representa. Desde há algum tempo que tinha achado que Richard Butler, o líder histórico da organização americana neonazi Aryan Nation, e que, soube agora, morreu há já ano e meio, tinha algumas parecenças físicas com um qualquer estadista. Não demorei muito a perceber que era o comatoso ex-primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon. Não sei se este sabia da existência daquele, mas tendo em conta os inimigos do país e a eficiência da Mossad, parece-me improvável que o desconhecesse. É fácil de imaginar o adivinhada frustração e raiva do "cristão ariano", ao comparar a sua cara com a do chefe do governo do seu detestado "estado sionista" e dos "impuros judeus". Quanto a Sharon, também deve ter tido frémitos de horror e fúria, certamente prejudiciais à sua instável saúde, ao perceber as semelhanças físicas com o neonazi. Mas elas existem, e são notórias, até pela proximidade de idades entre os dois homens, tão diferentes nas suas ideias, a ponto de se odiarem, e tão parecidos no que mais salta à vista: a face.
Teria a sua ironia escrever aqui "separados à nascença", mas fico-me pelas evidências fotográficas.







Tirando as rugas de Butler, as semelhanças são evidentes.






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