Estranhas reacções (e o anti-europeísmo da moda)
Entretanto, há já algumas reacções curiosas. A de João Miranda, por exemplo, antes de saber da demissão de Rumsfeld, mostrando porque é que a derrota dos Republicanos nada tinha que ver com Iraque nem sequer com Bush (Schwarzenegger, sendo Republicano, não parece ser da mesma opinião). E a de Henrique Raposo, tentando disfarçar um pesado aborrecimento com os resultados eleitorais, despejando um par de sentimentos do mais puro e sintético anti-europeísmo, comparando as virtudes americanas com os pecados da "decadente" Europa. Comparações facilmente desmontáveis, como a do "líder neo-fascista com 18% de votos", ou do "presidente que se mantém no poder para fugir a condenações". É só pôr parte da classe política americana ao lado, sobretudo a que perdeu hoje, para avaliarmos as suas "virtudes". Ou relembrarmos que problemas raciais são coisa que não falta nos EUA. E que certas restrições à liberdade, como as provenientes de certos fundamentalistas dos costumes, provêm precisamente do Novo Mundo. Que deste lado a pena de morte não é bem vista. Ah, e não esquecer também a indecorosa perseguição a Clinton pelas suas escapadelas extra-conjugais. Não me lembro de ver tal degradação moral na Europa.
Quanto a sentir-se melhor entre habitantes do Cabo Horn ao Alasca, é com ele. Conheci muitos nativos da lado de lá do oceano com quem me dei muito bem. Por mim, gosto muito de ser europeu e é entre eles que me sinto bem, particularmente com os do Sul. Se o Henrique experimentasse com uma menor dose de preconceito, talvez até conseguisse. Mas se se sente tão pouco à vontade, porque é que ainda vive nesta terra que detesta e não se muda para as Américas? Ninguém o impede, e sempre se aumentava a auto-estima de que esta terra tanto precisa.
PS: reparei entretanto noutra coisa: Henrique Raposo diz que "parecemos (ele também, portanto) aqueles aristocratas do filme da Coppola". Olhando para a galeria, não unicamente a dos espelhos, acho que não sou minimamente parecido com eles. Ainda por cima, os anglófilos/americanófilos lamentam sempre a sorte dessas tais aristocratas. Acho piada é que quando querem dar exemplos destes, recorrem sempre a franceses. Depois falam no anti- americanismo a torto e a direito.
Entretanto, há já algumas reacções curiosas. A de João Miranda, por exemplo, antes de saber da demissão de Rumsfeld, mostrando porque é que a derrota dos Republicanos nada tinha que ver com Iraque nem sequer com Bush (Schwarzenegger, sendo Republicano, não parece ser da mesma opinião). E a de Henrique Raposo, tentando disfarçar um pesado aborrecimento com os resultados eleitorais, despejando um par de sentimentos do mais puro e sintético anti-europeísmo, comparando as virtudes americanas com os pecados da "decadente" Europa. Comparações facilmente desmontáveis, como a do "líder neo-fascista com 18% de votos", ou do "presidente que se mantém no poder para fugir a condenações". É só pôr parte da classe política americana ao lado, sobretudo a que perdeu hoje, para avaliarmos as suas "virtudes". Ou relembrarmos que problemas raciais são coisa que não falta nos EUA. E que certas restrições à liberdade, como as provenientes de certos fundamentalistas dos costumes, provêm precisamente do Novo Mundo. Que deste lado a pena de morte não é bem vista. Ah, e não esquecer também a indecorosa perseguição a Clinton pelas suas escapadelas extra-conjugais. Não me lembro de ver tal degradação moral na Europa.
Quanto a sentir-se melhor entre habitantes do Cabo Horn ao Alasca, é com ele. Conheci muitos nativos da lado de lá do oceano com quem me dei muito bem. Por mim, gosto muito de ser europeu e é entre eles que me sinto bem, particularmente com os do Sul. Se o Henrique experimentasse com uma menor dose de preconceito, talvez até conseguisse. Mas se se sente tão pouco à vontade, porque é que ainda vive nesta terra que detesta e não se muda para as Américas? Ninguém o impede, e sempre se aumentava a auto-estima de que esta terra tanto precisa.
PS: reparei entretanto noutra coisa: Henrique Raposo diz que "parecemos (ele também, portanto) aqueles aristocratas do filme da Coppola". Olhando para a galeria, não unicamente a dos espelhos, acho que não sou minimamente parecido com eles. Ainda por cima, os anglófilos/americanófilos lamentam sempre a sorte dessas tais aristocratas. Acho piada é que quando querem dar exemplos destes, recorrem sempre a franceses. Depois falam no anti- americanismo a torto e a direito.
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