A queda do império e o "sacrifício total"
Mobilização das tropas indianas
Passam agora 45 anos desde o fim do Estado Português da Índia. Em Dezembro de 1961, a União Indiana, sob Nehru, com forças que ascendiam aos 50000 homens, e inúmeros meios aéreos e navais, atacou os enclaves lusos. O lado português era defendido por pouco mais de 3000 efectivos, sem força aérea, com parcas lanchas de guerra, que cedo viram as sua comunicações destruídas por bombardeamentos indianos. A resistência era impossível e suicida.
Salazar sabia muito bem disso. Mas imbuído de sentimentos de "honra", a milhares de quilómetros de distância, pediu o "sacrifício total" aos soldados portugueses, para"prestar serviço ao futuro da Nação". "Vitoriosos ou mortos", pedia o velho abutre, que jamais respirou o ar de qualquer colónia, quase não saía do rectângulo, e não proporcionou melhores meios de defesa a quem tinha essa missão. Apenas pedia para remeterem as relíquias de são Francisco Xavier para a metrópole, que essas sim, urgia proteger.
Como é sabido, Vassalo e Silva não esteve virado para martírios inúteis nem tragédias euripedianas, e acabou mesmo por se render, a 19 de Dezembro, impedindo um banho de sangue. Pagou com isso a carreira, que só seria reabilitada em 1974, e a liberdade, com uma estadia de alguns meses nas prisões indianas, juntamente com os seus homens.
Assim acabou, quatrocentos anos volvidos, o império erguido pelos Gamas, Albuquerques e Castros, vitimado pelos ventos da descolonização mundial, pela supremacia das forças indianas e por uma política ultramarina isolacionista e desastrosa. Tão desastrosa que levaria ao avolumar da penosa Guerra do Ultramar, suportada por toda uma geração, e pelos cofres do Estado, e que teria como consequência, anos mais tarde, o derrube do próprio regime pelas suas Forças Armadas.
(Para mais informações, este site é um bom início)
Rendição oficial dos militares portugueses
terça-feira, dezembro 19, 2006
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2 comentários:
"monárquica, católica e politicamente indeterminada"
deve ser piada, só pode
Diga lá qual é a piada para eu me rir, Fonseca.
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