O caso mundano deste curto ano é até ver o de John Galliano, com as suas declarações pretensiosas e voluntariamente insultuosas. É óbvio que estava com uns valentes copos de absinto a mais, e escândalos no mundo da moda por causa dos inúmeros vícios que o atravessam são tão corriqueiros quanto os desfiles. Em parte vive disso (as revistas "cor-de-rosa", por exemplo). O problema é que Galliano afirmou que "ama Hitler", o que será uma das declarações mais politicamente incorrectas dos nossos tempos (podia também dizer que amava W. Bush ou Bin Laden que daria o mesmo), e que os pais da sua interlocutora deviam ser "gaseados". Para além de toda a carga chocante das declarações, o que causa espanto é que sendo um indivíduo notória e ostensivamente gay, até mesmo queer, não se dê conta de que se tivesse vivido nos anos quarenta na mesmíssima Paris que lhe serve de casa, teria ido parar a um campo de concentração com um triângulo cor de rosa na lapela e dificilmente regressaria para contar. Até porque na altura as SA do brutal e homossexual Ernst Röhm já tinham sido varridas do mapa. A sorte do estilista gibraltarino é que nasceu e viveu em épocas depois do desaparecimento do seu admirado Hitler.
sexta-feira, março 11, 2011
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2 comentários:
Meu Caro João Pedro,
subscrevo o que diz na incoerência do bicho. Acrescentaria que não é Alan Clark quem quer.
Mas suspeito de que ele visava um golpe publicitário e de que a embriaguez era preterintencional.
Abraço
Seria, Caro Paulo? Resta saber quais os objectivos, mas também não é dúvida que me apoquente.
Abraços.
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