O Corinthians, talvez o clube mais popular de S. Paulo, que compete com o carioca Flamengo pela maior "torcida" do Brasil, sagrou-se campeão no passado domingo. Sem grande craques, mas com uma equipa unida, para a qual muito contribuíram os golos de Liedson. Na madrugada anterior morrera Sócrates, uma das grandes figuras da equipa brasileira que espantou o mundo pela beleza do seu jogo no Mundial de 1982 (já não tenho memórias disso, logo não é das "minhas" equipas favoritas) e desse mesmo Corinthians, em especial do tempo que ficou a ser conhecido por "Democracia Corinthiana". Fiquei um pouco espantado por não ouvir grandes referências entre a morte de Sócrates e a conquista do título, nem homenagens, nem minutos de silêncio, nada. Honras, só mesmo na net. A ser assim, quereriam os corinthianos não estragar a festa do título com tristes notícias? É possível, mas então ainda é mais lamentável: os clubes vivem dos seus heróis, que até escasseiam fora do desporto. O esquecimento voluntário de um ídolo é a negação da própria alma de um clube, tal como uma família ignora o desaparecimento de um dos seus entes. Mais valia que a festa fosse menos alegre e mais contida. E que se sentissem alguns momentos de silêncio sepulcral em honra ao Doutor Sócrates. Seria a melhor homenagem.
quarta-feira, dezembro 07, 2011
Sócrates e a sombra sobre o Corinthians
Claro que a não ser assim, fica a coincidência triste do clube alcançar um título de campeão no dia em que morre um ídolo. Um bom exemplo de como nas horas de grande alegria também podem surgir sombras, e de como aquelas, tal como as tristezas, não são totais.
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