sexta-feira, julho 26, 2024

Jogos, política e efemérides

Há semanas acabou o Euro 2024 no Olímpico de Berlim. Hoje começam os Jogos Olímpicos em Paris, 100 anos depois da mesma competição na mesma cidade.

O dito estádio serviu de cenário à dita competição nos famosos jogos de Berlim em 1936, dos mais politizados de sempre, com Hitler a sair da tribuna para não condecorar o atleta negro Jesse Owens. Foram amplamente testemunhados, filmados e documentados por uma senhora cuja biografia acabei de ler há dias e que deve ter sido das últimas intervenientes do evento a ainda viver no século XXI.



Adenda: Vi um pouco da cerimónia de abertura dos jogos Olímpicos, sobretudo para ver a equipa portuguesa. O desfile no Sena teve pompa e originalidade, mas há lá coisas que se dispensavam. A dada altura, houve uma sequência de homenagens a algumas das mais ícónicas mulheres francesas. Estive à espera de Joana d'Arc, mas nada. Seria Simone de Beauvoir mais importante? Muito antes da "republique" já havia França.

quinta-feira, julho 25, 2024

N´América

Em 30 dias, as expectativas eleitorais americanas deram mais reviravoltas que uma montanha russa (e a expressão russa não está aqui por acaso): debate na TV que expôs as fragilidades de Biden, atentado que raspara na orelha de Trump e previsão de que este já teria ganho as eleições, à frente em todas as sondagens; desistência de Biden, aclamação de Kamala e a subida nas sondagens desta última.

Tenho as maiores dúvidas de que a vice-presidente, com uma actuação sofrível e proveniente da esquerda do partido democrata seja candidata ideal do seu partido para derrotar um Trump que ainda está agraciado pelo seu partido, mas já não digo nada.
Entre Trump e Kamala, preferiria um Biden meia dúzia de anos mais novo e sem problemas cognitivos. Seria sempre menos polarizador, menos isolacionista e muito mais próximo da Europa.
Apesar de tudo parece haver uma réstia de juízo: Kamala atacou quem nas manifs dos EUA contemporiza com o Hamas e Trump pediu um cessar-fogo em Gaza

terça-feira, julho 09, 2024

Peões de Putin

Eis uma das razões para não se lamentar a derrota do RN em França: é que o regime putinista apostava na sua vitória (Melanchon também não era mal visto pela Rússia, mas está mais controlado).

O que não impede de se achar profundamente estúpido certas coisas que os apoiantes da Nova Frente Popular invocavam, como voltar a baixar a idade da reforma para os 60 anos - nem sequer são os 62 de antes da última alteração. Continua a haver em França quem não saiba fazer contas, quem pense que os direitos não têm deveres correspondentes ou que ainda viva sob a máxima do Maio de 68 "é proibido proibir".



sexta-feira, julho 05, 2024

O carrasco do costume

E pronto, a França voltou a ser a Bête Noire da selecção e a vencer sem convencer nem merecer. Mas ao menos Deschamps teve a giragem de tirar Mbappé quando era devido.

Ronaldo esteve de novo uma perfeita nulidade. Em cinco jogos, dois com prolongamento, consegue o feito de marcar zero golos. Felizmente para o seu clube de fãs, João Félix falhou o único penalty. Pelo que vou lendo, já têm o bode expiatório que queriam. E se Portugal se classificar para o próximo mundial, lá o teremos de novo, sob a aura de "melhor do mundo". Até lá, a selecção não voltará a ser uma equipa a sério.

Quanto à França, uma desilusão. Só com muita felicidade ultrapassam a Espanha, mesmo faltando a esta alguns titulares