Há noventa anos e um dia - a guerra segue dentro de anos
A Guerra que acabou há noventa anos e um dia será apenas de parcial comemoração. Em França, o dia nunca é esquecido, tendo em conta o sofrimento por que passou o país, (muito mais do que na Segunda Guerra), cuja parte Norte ficou literalmente em terra queimada pela metralha, pelo gás, pelas hediondas trincheiras. Acabava-se enfim a matança colectiva da juventude europeia, de todos os desgraçados arrebanhados e postos com um capacete militar e uma espingarda nas mãos, e o "suicídio da Europa", como lhe chamou Bento XV. Acabava esse conflito apenas para estabelecer um intervalo de anos entre a segunda parte da suicídio, ainda mais atroz, desta feita para os civis, em especial os que não eram dos povos "certos". A política de humilhação dos vencidos, com o irresponsável desmembramento do Império Austro-Húngaro, as crises económicas e financeiras e a ascensão das revoluções a isso conduziriam o continente já martirizado. Como marco palpável de ligação entre duas catástrofes ficou a mesma carruagem em que na manhã de dia 11 de Novembro de 1918 se assinou o Armísticio, e onde em 1940, e por expressa imposição de Hitler, a França negociaria a sua rendição perante a Alemanha e Itália.
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