sábado, dezembro 04, 2010

4 de Dezembro


A cada 4 de Dezembro, e mais ainda de dez em dez anos, é-se bombardeado com a memória de Sá Carneiro (e mais modestamente, Amaro da Costa). Discute-se se a tragédia que os levou se tratou de acidente ou atentado, milhentos barões e respectivos assessores falam na "herança de Sá Carneiro", mostram-se enésimas imagens dos amores felizes do fundador do PPD e de Snu Abecassis. Não vale a pena discutir essa avalanche, porque é uma fatalidade conhecida, e as fatalidades são imunes a qualquer discussão. Saúdam-se no entanto as novas biografias de Sá Carneiro, entre as quais uma reedição do livro de Maria João Avilez, muito embora a de Amaro da Costa me pareça uma obra epistolar que pouco revela da sua visão do Mundo. Mas podia-se então aproveitar para mudar boa parte da toponímia urbana que se apoderou de praças tão respeitáveis como a Velasquez e a do Areeiro. Dê-se o nome de Sá Carneiro a novos arruamentos e retomem-se os nomes originais (isto vale para o aeroporto de Pedras Rubras, cujo nome oficial parece uma brincadeira de mau gosto). Quanto a Amaro da Costa, julgo que não haverá grandes alterações a fazer, embora o Largo do Caldas seja conhecido assim por todos, a começar pelas gentes do seu partido. Mais útil seria recuperar o seu arquivo, perdido nalguma sede partidária do CDS do distrito de Beja, onde como se sabe, são às centenas...

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