Guimarães está de parabéns. É finalmente Capital Europeia da Cultura e brindou os presentes com um belo espectáculo de abertura. Pelo ano fora haverá uma extensa agenda de eventos à escolha do freguês. Se na hipótese improvável nenhum agradar a quem visitar o velho burgo, o centro histórico da cidade (distinguido pelo UNESCO, não esquecer) e zonas vizinhas são razão mais do que suficiente para justificar a deslocação.
Claro que a preparação da Capital Europeia da Cultura não ficou isenta de polémicas, discussões e pequenos choques de egos (ainda assim numa dimensão muito mais pequena que a do Porto 2001, e presumo que a de Lisboa 1994 também). É impossível evitá-lo. Mas numa região (entre Cávado e Ave) há muito economicamente deprimida pela crise da indústria têxtil, mas com enorme património histórico, e num ano bastante difícil, pode vir a ser muito importante para alguma reabilitação da economia regional, juntando a isso o facto de Braga também ser Capital Europeia da Juventude deste ano, mostrando que a rivalidade entre as duas cidades está presente em todas as dimensões. Além disso, nada como alguma festa e distracção para desanuviar as mentes dos tempos mais sombrios que atravessamos.
O facto de uma cidade média do nosso país ostentar essa distinção europeia deve ser motivo para orgulho nacional. Pena é que a generalidade dos blogues, ao menos pela rápida revista que tenho feito, se tenha alheado quase por completo do acontecimento. O provincianismo endémico de pretensas elites é algo a que já nos habituámos. E também os canais privados, que preferiram abrir os seus noticiários com uma refrega entre grupos de extremistas de esquerda e direita em Lisboa. Mais um bom exemplo para justificar a existência de um serviço público de televisão, nem que se resuma a um canal.
Um comentário:
Não me admira Guimarães ser Capital.
Lisboa já não é o que era.
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