A vitória sobre o Borussia Dortmund é uma das mais felizes que o Benfica já teve. Por muito que pense, não me recordo de um jogo em que tenhamos sido tão dominados e ao mesmo tempo, tenhamos criado tão poucas oportunidades de golo com tanta eficácia. Claro que há triunfos de sorte, como no ano passado no Bessa, mas com o adversário a criar tantas oportunidades é ainda mais raro. Perante os desacertos de Aubemayang, os desperdícios dos companheiros, a macieza do meio-campo do Benfica e a placidez de Eliseu e de Rafa, valeu-nos o sentido de oportunidade de Mitroglou, a experiência encorajadora de Luisão e uma exibição imperial de Edersson (como é que ele conseguiu defender aquela bola lá para os 83`?). Na segunda mão já sabemos com o que contar: um estádio intimidatório com oitenta mil alemães a ulular e a agitar pendões amarelos, uma equipa do Dortmund ainda mais agressiva e a necessidade premente que tem em ultrapassar a eliminatória (além do objectivo em si mesmo), não só porque as coisas na Bundesliga não correm pelo melhor mas porque tem o orgulho ferido.
Mas se o Benfica teve grande felicidade agora, para os que acreditam no Karma e ains talvez tenha havido alguma justiça histórica: é que em 1963, já lá vão mais de 50 anos, na altura em que o Benfica dominava a Europa e contava com Eusébio e mais dez craques na equipa principal, recebeu precisamente o Dortmund na Luz e venceu-o por meros 2-1. Uma magra vitória acompanhada de um record de bolas à barra: nada menos que seis. E na segunda mão, sem Eusébio levou uma surpreendente goleada de 5-0. imagine-se agora se das 6 bolas ao ferro tivessem entrado 5 e o "Pantera Negra" tivesse jogado: mesmo com ma pesada derrota, o Benfica seguia em frente. Por isso, a sorte de agora é a paga do azar de meio século. Ah, e registe-se que os alemães quase limparam a folha clínica ao passo que o Benfica jogou sem Jonas e mais uns quantos. Isto da sorte tem muito que se lhe diga.
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