Num dia saturado de 25 de Abril, como não poderia deixar de ser. faço apenas a homenagem a Salgueiro Maia, que bem merecia ter continuado cá mais uns anos: um homem que deu o peito às balas no 25 de Abril, arriscando perigosamente a vida (que teria perdido não fosse a desobediência do alferes Sottomayor); que, facto pouco conhecido, pôs-se à disposição de Ramalho Eanes pouco antes do 25 de Novembro; e que nunca pediu nem recebeu qualquer recompensa, honraria ou homenagem em vida.
quinta-feira, abril 25, 2024
terça-feira, abril 23, 2024
José Maria Brito (1976-2024)
Muitas coisas poderia dizer e recordar do José Maria Brito, com quem raramente estive nos últimos anos, dada a dinâmica da sua vida, embora recorde o livro sobre o Conde de Lippe que ele e o Luís me deram há um ano, da autoria do seu tio António Pedro Brito, infelizmente também já desaparecido, numa comemoração do Ponto SJ, de que o Zé tinha sido fundador.
domingo, abril 21, 2024
Portugal retro-futurista
Poor Things (Pobres Criaturas) é provavelmente o primeiro filme de grande distribuição internacional em que o nome das duas principais cidades portugueses é referido. Veja-se: Lisboa é um dos locais da acção, o seu nome é aludido, ao mesmo tempo que uma personagem pede um Port(o). Depois, a imagem da foto mostra-nos uma Lisboa retro-futurista, a lembrar aqueles projectos de como no Séc. XIX se imaginava que seria o futuro, com enormes geringonças a vapor pelos céus. Mas olhem para os edifícios à direita na foto: em primeiro plano, o Convento do Carmo. Atrás aparece claramente a Sé do Porto. Uma imagem de uma Lisboa alternativa em que o Porto não fica de fora.
quinta-feira, abril 18, 2024
Notre Dame recordade e reconstruída
Esta semana revi um filme de há apenas dois anos sobre um acontecimento ocorrido há cinco: Notre Dame Brûle, no original. Na altura não me lembrei logo que passavam 5 anos do pavoroso incêndio da igreja-mãe dos franceses. O filme assou discretamente nas salas, apesar de ser de um cineasta consagrado, Jean Jacques Anaud, e é pena. Com emoção e adrenalina q.b., mostra todo o processo do incêndio e as dinâmicas dos intervenientes: dos bombeiros para apagar as chamas sem provocar o colapso de todo o edifício, embora não evitando a destruição da flecha central, dos responsáveis de conservação para salvar as relíquias lá guardadas (com algumas cenas burlescas, como a vinda desesperada do curador para apanhar um comboio suburbano para Paris), das autoridades e das decisões difíceis a tomar, dos parisienses e a sua angústia e dos fiéis e a sua fé, reunidos em vigília e orando frente à catedral.
sexta-feira, abril 12, 2024
A homenagem a Sven Goran Eriksson
O jogo de ontem com o Marselha valeu por uma escassa vitória com sabor agridoce. Mas valeu muito mais por causa disto. Homenagear a tempo os que nos honraram é uma regra moral básica. Tivemos de novo o treinador que há 34 anos comandou o Benfica na mítica vitória "manual" contra o mesmo Marselha nas meias finais da TCE, com 120 mil nas bancadas.
terça-feira, abril 09, 2024
Identidade, família e liberdade (?)
O novo livro "Identidade e Família" tem atraído as atenções por servir de pretexto a Passos Coelho para um novo discurso político mas também porque colheu vitupérios bizarros, havendo logo quem o associasse à extrema-direita e ao conservadorismo político (que não são só são diferentes como muitas vezes se excluem, coisa que os ignorantes políticos desconhecem). Pelo que apurei, o conteúdo é muito diverso, tal como os seus autores - tenho sérias dúvidas de que Bagão Félix, Manuela Eanes, Frei Fernando Ventura, Vasco Magalhães ou Guilherme de Oliveira Martins sejam sequer próximos da extrema-direita - e há matérias que se aproveitam e outras que se dispensam.
Mas as reacções é que são de espantar. Uma delas, vinda de uma das zelotas de serviço, é de se tratar de "inimigos da liberdade". Uma jornalista chegou a insinuar que uma vez consagrados na lei o aborto e a eutanásia, opinar contra seria "ilegítimo". Ora se há uma manifestação de liberdade que se veja é precisamente a de expressão, livre opinião e debate de ideias. Ataque à liberdade é o que praticam algumas das críticas, que se pudessem proibiam o livro. E ainda dizem defenderem os "ideais de Abril". Nota-se. Até por isso a sua edição é bem vinda.