sexta-feira, fevereiro 14, 2025

O descalabro trumpista

Desde que tomou posse, a administração Trump já demonstrou querer "comprar" a Gronelândia, quer que o Canal do Panamá lhe seja "restituído", considera que o Canadá - uma monarquia maior que os EUA - devia ser o seu "51º estado", renomeou o Golfo do México, impôs sanções ao TPI (?) porque parece que anda a chatear o seu amigo Netanyahu e na semana passada apresentou uma das ideias mais patéticas de que há memória nas relações internacionais: a reconstrução de Gaza, sob ocupação americana e israelita, como destino turístico, por "razões humanitárias", tendo os palestinianos de ir para o Egipto e a sobrecarregada Jordânia, sem garantia de regresso. Julgava eu que deportações era mais com a Rússia, mas os árabes apressaram-se a dizer que nem pensar, pelo que a coisa não deverá seguir em frente.

Esta semana confirmou-se que Trump está do lado putinista: mandou dizer por interposto secretário dos assuntos externos que a Ucrânia não ia recuperar as fronteiras de 2014 e que era irrealista entrar na NATO. Até aqui, nada de chocante: pelo menos a Crimeia tem uma maioria pró-rússia e desde que um membro da NATO o vete, a Ucrânia não poderia entrar. Mas depois, planearam um tratado de paz" e conversações entre os EUA e a Rússia, sem Ucrânia nem UE, em que a Europa teria de vigiar as futuras fronteiras ucranianas, para gáudio de Putin.
Claro que isto colocou logo todos os adeptos do putinismo em alvoroço, os de esquerda como os de direita, já falando do "fim da guerr", da "derrota da Ucrânia e da Europa" e, entre nós, alcandorando o comentador Agosinho Costa, autor de algumas patetices de antologia (há dias teve outra: "não há norte-coreanos a combater na Rússia", disse o cómico militar) à sapiência suprema. Só faltou convidarem Putin a vir a Portugal com passadeira vermelha porque ao que parece uns comentadores russos perguntaram quanto custa Lisboa.
Só que tal como na ideia do "resort de Gaza", isto tem imensos furos: quais serão as fronteiras que os EUA consideram aceitáveis? Se Putin daqui a uns tempos atacar países da NATO, os EUA cumprem com o Art.5º e acodem, como é seu dever legal? E se os EUA não querem ter qualquer papel no futuro da Ucrânia e ficar absolutamente neutros, como é que podem vir dizer que os europeus é que vão lá colocar tropas se não foram tidos nem achados nas tais hipotéticas "conversações de paz"?
Entretanto, Trump já veio dizer que sim senhor, que a Ucrânia estará nas conversações, e JD Vance que a UE também terá um papel de destaque em negociações. De facto, era muito estúpido querer fazer um acordo que incluísse determinada entidade sem que esta entidade acordasse o que quer que fosse. Por isso, esta "paz" de Trump é outra conversa precipitada que os seus adjuntos se apressam a corrigir e que com certeza não vai ser bem assim como ele disse no início.
Entretanto, os Putin groupies podem tentar responder a estes cavalheiros. Na volta, nem se importavam nada de vender Portugal, uma vez que eles próprios estão vendidos.

quarta-feira, fevereiro 05, 2025

Uma memória do príncipe Aga Khan

Maio de 2019, Museu Soares dos Reis, Porto. Cerimónia de apresentação do quadro "Apresentação da Virgem no Templo", de Bento Coelho da Silveira, oferecido pelo Príncipe Aga Khan (ao centro, de perfil, virado para Rui Moreira) ao museu. Um mecenas e benemérito, que escolheu Portugal como sede da sua fundação e onde acabou por morrer. Era um amigo de Portugal e mostrou como um líder religioso e espiritual muçulmano, neste caso um xiita ismaelita, pode apreciar e oferecer arte sacra de inspiração cristã. Esperemos que o seu sucessor e novo Príncipe Aga Khan lhe siga os passos.



segunda-feira, janeiro 20, 2025

A tomada de posse de Trump

Dei uma vista de olhos a um resumo de Trump na sua tomada de posse, e ao contrário do que alguns previam, está bem longe de ser agregador: a anterior presidência é "uma traição", os incêndios na Califórnia são culpa de Trump", "vamos perfurar petróleo como nunca se viu", "vamos acabar com os carros eléctricos" (menos o Tesla, aposto), "vamos deportar todos os legais" (e os que estando ilegais, já pagam contribuições e são essenciais na agricultura?), etc.

A ironia da coisa é que isto acontece no mesmo Capitólio invadido há 4 anos pelos adeptos de Trump ("we want Pence", lembram-se?). Em casos normais, Trump nem se poderia recandidatar. Agora volta à presidência (o que também diz muito das opções democratas).
E ontem o comício em Washinton lembrava um cabaret gigantesco, com mais promessas arevesadas, como a do retorno do tik tok, essa aplicação chinesa proibida na China, e percebe-se porquê (vá que se aproveitou o fim de apoios em que homens trans com corpo masculino entrem em desportos femininos, com os resultados tortuosos que se têm visto) e o perigosíssimo Elon Musk pelo meio. Confirmou-se a nomeação insana de Bob Kennedy jr. para a saúde, um dos maiores propagandistas anti-vacinas - e nem sequer se trata só das vacinas anti covid, aliás patrocinadas por Trump, mas de vacinas tout court, tendo divulgado há anos um falso relatório em que as vacinas "causariam autismo".
No fim, entram em cena os Village People, esse ícone gay dos anos setenta, com Trump no meio qual novo elemento da banda. Esta nem de caricatura...



sexta-feira, janeiro 17, 2025

Vinte e um anos a blogar

Este blogue tem 21 anos, feitos hoje. Não é para todos. 

Era só para dizer isso.





sexta-feira, janeiro 10, 2025

O pretexto de Camilo

Do destino de rumar ao Panteão está o autor de A Queda de Um Anjo a salvo. Por sua expressa e perpétua vontade (antes de se matar?), Camilo Castelo Branco repousa no Cemitério da Lapa, no Porto, perto da escola onde Ramalho instruiu Eça e o coração de D. Pedro está guardado, sem receio de que o venham incomodar. Não fosse isto e já teria andado em bolandas entre o Porto, Samardã, Seide e o tal Panteão de Santa Engrácia, a não ser que os descendentes e órgãos deliberativos actuais sejam de tal forma insensíveis que não hesitem em violar esta sua vontade sagrada. É pouco provável, mas não impossível, se houver quem ligue mais aos restos mortais como "património cultural da nação" do que como pessoas (s)em carne e osso.



quinta-feira, janeiro 09, 2025

Eça no Panteão

Esta coisa de ver Eça no Panteão deixa-me de pé atrás. Cerimónia muito digna e bonita, pois claro, mas é o tipo de celebração que poderia figurar n´Uma Campanha Alegre.

Por mim, preferia vê-lo em Santa Cruz do Douro. Não pel´A cidade e as Serras, cuja conclusão bucólica se deve a um dos filhos do escritor e não ao próprio. Nem era a "terra onde ele nasceu", como vi alguns ignorantes escreverem, logo ele que esteve lá um par de vezes. E Eça sempre se sentiu bem em Lisboa. Mas pelo Panteão em si. Não bate certo. Está afastado do seu espírito, da sua prosa. Pena que Garrett não tenha tido honras de Panteão quando morreu, até porque este ainda não existia, mas assim veríamos os comentários de Eça.
Mas mais curiosidade teria de ver o escritor viver mais vinte anos: que diria da I República, da Grande Guerra, de Sidónio, ele que não era republicano e tecia larga crítica à monarquia liberal? Teria derivado para ideias republicanas, como os confrades Guerra Junqueiro ou Batalha Reis, ou inflectido para o Integralismo Lusitano, como o mestre e companheiro Ramalho Ortigão? Podemos sempre imaginar, mas teria sido interessante que José Maria Eça de Queiroz tivesse ficado por aqui mais uns tempos.








Coincidências

Ao contrário dos que acham que "isto está tudo ligado", ou que tudo está previsto, eu acredito nas coincidências. Plenamente. E não só acredito como tenho um fraco por elas. Fascinam-me. E esta semana houve duas curiosas.

Assim, comenta-se com entusiasmo a vitória de Fernanda Torres nos Globos de Ouro, tendo superado a própria mãe, (a superlativa) Fernanda Montenegro, que esteve nomeada para o mesmo prémio há 26 anos, mas não o ganhou (percebe-se, ganhou Cate Blanchett), por Central do Brasil, para o qual também ganharia uma nomeação para o Óscar.

A comparação é justa, mas ainda há outro elemento comum: é que tanto Central do Brasil como o novo Ainda Estou Aqui são ambos dirigidos por Walter Salles - que há meia dúzia de anos, por esta altura, esteve pessoalmente aqui no cinema Trindade para uma sessão especial dos 20 anos de Central.... E assim, mãe e filha são nomeadas e premiadas para os galardões mais conhecidos do cinema mundial pela mão do mesmo realizador. Segue-se o Óscar? Se assim for, Montenegro será novamente superada em prémios, mas que ninguém diga que não instruiu devidamente a filha.


Outra coincidência: há dez anos deram-se os ataques ao Charlie Hebdo e a morte dos seus cartoonistas às maõs de um comando islamita, que criou o slogan "Je suis Charlie", defendendo a liberdade de expressão (e usado muito hipocritamente, diga-se, por líderes e entidades políticas que mais não fizeram senão colocar obstáculos a esse direito). Na altura, Jean Marie Le Pen desvalorizou-os, dizendo que "o espírito de Charlie" era "a dissolução perfeita da moral política" e que os seus elementos pertenciam ao pensamento anarco-trotsquista.

Curiosamente LePen morreu exactos dez anos após o atentado. Sendo perfeitamente diversos, o refundador da extrema-direita francesa, legatário do petainismo, das OAS e dos movimentos dos anos 30 que colaborariam com os alemães, que começou a carreira política no Pujadismo, movimento defensor dos comericantes e agricultores, anti-CEE, desconfiado dos "políticos" e percursor do populismo dos nossos dias e os neo-trotsquisas libertários iconoclastas do Charlie Hebdo tinham como inimigo comum os muçulmanos, ou pelo menos o islamismo político. É duvidoso que se aplicasse aqui o chavão "inimigo do meu inimigo é meu amigo".





terça-feira, dezembro 31, 2024

A glória póstuma de José Pinhal

O fenómeno é curioso, mas já sobejamente conhecido: José Pinhal, cantor romântico de "música de baile", usando normalmente um fato branco, um bigode afirmativo e um penteado à Rudi Voeller, frequentador dos circuitos musicais sobretudo no Norte do país, despareceu num acidente viário com pouco mais de 40 anos e ficou esquecido alguns anos até as suas cassetes serem encontradas no escritório do seu agente, digitalizadas e depois colocadas no Youtube, onde se começou a gerar um pequeno culto. Surgiu um grupo de tributo para recriar em palco as suas músicas, o José Pinhal Post -Mortem Experience, e desde então Pinhal conheceu postumamente a popularidade de que nunca gozou em vida, sendo mesmo objecto de um artigo do Guardian

Celebridade após a morte: o obscuro cantor popular português que é notícia  em Inglaterra – NiT

Vi a banda-tributo há meses, por alturas dos Santos Populares. Uma enorme multidão cantava de cor as músicas, para mim até então quase desconhecidas, transformando Pinhal numa autêntica estrela pop de além-túmulo e os músicos ali presentes nos seus mensageiros. Aí consegui ver o verdadeiro fenómeno em que se tornou este músico pouco conhecido no seu tempo e fora de moda para os parâmetros actuais e o culto que se gerou. Nos meses seguintes tornei a ouvir as músicas e a ver gente a trauteá-las de cor e salteado, sobretudo da meia-idade para baixo.

Toda essa descoberta inevitavelmente levou-me a pensar: e se Pinhal tivesse sobrevivido? Teria continuado nos seus circuitos de baile e ficado meramente conhecido nas festas de verão e em algumas danceterias (sim, ainda as há), com algumas cassetes editadas, daquelas que se vendem nas roulottes? Ou teria aproveitado a onda "pimba" que se gerou depois e alcançado o sucesso, sendo chamado regularmente para programas de tarde de fim de semana da TVI e SIC? Não tenho a menor dúvida de que não teria o êxito actual, sobretudo entre os mais novos. A sua morte, o seu relativo desconhecimento em vida, a descoberta do seu espólio e o crescimento paulatino da sua música criaram este culto, o de um homem que não conheceu a fama em vida e que por vicissitudes várias se tornou famoso postumamente. Não é caso único, o de encontrar sucesso muito tempo após a morte (e recorda também um pouco o de Sixto Rodriguez, que o teve em vida mas ainda a tempo de o saber), mas falamos de um conjunto de factores que permitiram que um homem relativamente desconhecido, com imagem ultrapassada e música fora de época gerasse este fenómeno de popularidade. Para isso permitiu também um certo revivalismo dos anos oitenta e noventa e o crescente interesse e consumo de música portuguesa, aliados a algumas tendências hipsters (também elas agora um pouco em baixo). Mas não haja a menor dúvida: a morte de José Pinhal, desencadeando todos estes passos, é que lhe deu o passaporte para a glória póstuma. Paz à sua alma, que a obra não a tem e continua a circular por esses palcos fora. 

 

Bom 2025 a todos. O possível.

terça-feira, dezembro 10, 2024

Notre Dame de Paris

 A look at 5 years of restoration work at Notre Dame cathedral in Paris

 
 
A restored Notre Dame cathedral is unveiled days before its official  reopening : NPR
 
Uma semana depois das autoridades e dos trabalhadores a poderem visitar, o interior da Catedral de Notre Dame reabriu, enfim, em dia da Imaculada Conceição, e voltou a rezar-se missa. Cinco anos depois do incêndio que quase a consumiu, a "igreja mãe dos franceses" está mais sólida do que nunca, reconstituindo-se sem concretizar alguns projectos inovadores mais duvidosos, (felizmente).
 
 
Este momento tão simbólico e grandioso acontece numa semana em que o governo de França caiu e desencadeou nova crise política, agravando a orçamental e financeira. A fuga para a frente de Macron levou a que a Assembleia Nacional ficasse espartilhada entre um bloco de esquerda que vai desde anticapitalistas declarados a socialistas de centro-esquerda, com a tutela dessa mistura de Robespierre com Mitterand que é  Mélenchon, um de direita radical (outra amálgama de desiludidos da política, neo-pétainistas inconfessos, legitimistas fora de prazo, ex-esquerdistas desesperados e gaulistas "contratados"), o que resta da direita tradiconal e o próprio bloco de centro macronista. Um governo que levou dois meses a formar-se durou apenas três e o seu chumbo, bem como do orçamento obrigatoriamente austeritário mergulha a França numa crise financeira.
 
Mas isto é uma reprodução fiel da personalidade de França: um país que quando atravessa graves crises consegue sempre reinventar-se e dar a volta por cima. Apesar de problemas internos, só este ano organizou uns Jogos Olímpicos, uma das maiores montras de tudo o que quer ser potência, e reabriu a catedral da capital, não por acaso conhecida em todo o mundo. Um pouco como depois da humilhante derrota na guerra Franco-Prussiana e da revolta da Comuna, em que em poucos anos pagou-se a dívida de guerra, reconstruíram-se os edifícios destruídos pelos communards (excepto as Tuilleries) e ainda se organizou uma enorme feira mundial, para dar conta da pujança do país, ou como a Paris do pós-II Guerra, em austeridade e carência, voltou a ser o farol para meia intelectualidade mundial.
 
Aquando do rescaldo do incêndio, Macron prometeu que em 5 anos a catedral estaria reaberta. Passaram-se 5 anos e meio e eis a promessa concretizada, com empenho político e o grande trabalho de engenheiros, operários, artesãos e todos os trabalhadores que contribuíram para este dia. E penso naqueles que, ao anoitecer daquele dia de Abril em que as chamas ameaçavam destruir Notre Dame, oravam e rezavam nas margens do Sena. As suas preces foram atendidas.
 
PS: compareceram inúmeros chefes de estado e de governo na cerimónia. O Papa mandou saber que não poderia ir, a única verdadeira nota dissonante. Portugal estava representado pela Secretária de Estado da Cultura. Um tal acontecimento numa das cidades com mais portugueses e luso-descendentes não mereceria representação de mais altas instâncias?

segunda-feira, dezembro 09, 2024

O fim de um regime que já ninguém apoiava

Ontem os rebeldes sírios tinham tomado Homs e estavam literamente, na "estrada de Damasco". Hoje acorda-se com a notícia da tomada da capital, quase sem resistência, e com a queda do regime e fuga do clã Assad e estado maior (tiveram mais sorte que Saddam e Kadhafi). De há uns anos para cá ficou a ideia de que o regime baathista/assadista tinha ganho a guerra e dominado os seus inimigos, pelo menos em boa parte do país. Em poucas semanas o jogo virou e o regime caiu. O que vem aí pode não ser bom; o que acabou não era de certeza absoluta.


Mas isto serviu para uns tira-teimas: o regime de Assad, que muitos garantiam ser imensamento apoiado pelo povo sírio, caiu quase sem ninguém que o defendesse. Viu-se o "apoio popular": uma enorme farsa, mantida pela violência. Só era sustentado pela ajuda iraniana e pelo Hezbollah, que severamente macerados por Israel não lhe puderam agora acudir, e pela Rússia, que virada totalmente para a guerra na Ucrânia também se viu impotente. É a confirmação de que a Rússia, como já se tinha visto ao falhar à Arménia pelo Nagorno Karabakh, não tem capacidades reais para acudir em vários tabuleiros e que é uma potência com pés de barro. Aliás, depois dessa guerra com a Arménia (que por causa disso se virou para ocidente), é o segundo triunfo dos proxys da Turquia sobre os da Rússia.

Os turcos são os grandes vencedores do momento, mas Israel também colhe os louros. O Irão e a Rússia são os grandes derrotados. Veremos o que ganhará ou perderá o Ocidente, já que os curdos, que apoiam, serão com certeza hostilizados pelos pró-turcos, apesar de também eles terem conquistado território e material militar.

Tudo isto, curiosamente, num dia de grande significado para a França, antiga potência administrativa da Síria. Fica-se com a dúvida se o pais se manterá ou se é mesmo para dividir, como aliás era o plano em 1920.



quinta-feira, dezembro 05, 2024

Barnier, o Breve.

Precisou-se de dois meses para escolher e formar o governo Barnier. Só durou três.

Mas convenhamos que apesar de todas as responsabilidades de Macron e das suas maquinações políticas, os grupos da LePen (que tinha aprovado o governo) e Melenchon têm a fatia maior de culpa na queda do governo. Parece que não percebem que as finanças de França, a dívida crescente e o défice descontrolado ultrapassaram o suportável, tal como não tinham percebido que a segurança social não se aguenta nos moldes actuais. Que ocupem o governo e que mostrem que são melhores. Até porque dificilmente arranjam alguém melhor que Barnier.

Que Notre Dame, em vésperas da reabertura da sua igreja, os ilumine que bem precisam.