terça-feira, março 09, 2004

Decididamente não consigo de deixar de referir artigos do Público. Veja-se o perfeito contraste ao nível da opinião e sobretudo do estilo. Compare-se o grotesco e lamechas texto de Ana Drago com a análise oportuna e tranquila de Graça Franco, mesmo ao lado. Imperdível. E por aí percebe-se porque é que a maioria das ditas "feministas" faz por vezes uma figura tão confrangedora (o que só compromete a causa das mulheres), ou porque é que não há despenalização do aborto em Portugal. É que com defesas destas não há causa que aguente. E já agora, a pergunta: porque é que só dezoito anos depois da Engª Pintassilgo é que aparece uma mulher candidata à presidência da República?

Vou no entanto aproveitar a boleia do dia da mulher para falar mais uma vez nos óscares. Ou nos seus resultados.
Conheci Charlize há uma meia dúzia de anos. Não a título pessoal, pobre de mim, mas através da fita "O Advogado do diabo", onde contracenava com Keanu Reeves e o diabólico Al Pacino (eis um motivo para falar de ti n´A Ágora, Miguel Lopo, já que me parece que fui ver esse filme contigo). Na altura achei a gentil menina muito "bonequinha", e nem pensei mais na pessoa. Os anos passaram, e voltei a ver Charlize, ora protegendo gorilas selvagens (nunca esteve tão bonita como aí), guiando Minis a alta velocidade depois de arrombar cofres ou contracenando com Tobey Maguire naquele filme algo xaroposo cujo título não me vem à memória. Até que...chega enfim a consagração com o cobiçadíssimo óscar de melhor actriz, pelo seu papel em "Monster".
Não vi o filme, nem pretendo vê-lo. Só o facto de ver Charlize naquela maquilhagem me faz arrepios; isto é, a certeza de que não me atiraria nunca para os braços de uma mulher com aquele aspecto (ao contrário da Sul-Africana), o que prova que a beleza conta, e muito. Certo é que todas as críticas que ouço acerca da interpretação me levam a concluír uma coisa: que o Óscar se ficou a dever mais à maquilhagem que ao seu conteúdo. Um pouco à imagem de Nicole Kidman e do seu nariz no ano passado. O que já não aconteceu com Willem Dafoe no soturno "A Sombra do Vampiro", em que todavia compunha um Nosferatu perfeito. É pena que num caso ou noutro houvesse este desperdício de talento. Porque Charlize tem-no. Podiam era dar ao filme o prémio de melhor caracterização e permitir que ela ganhasse o óscar numa futura aparição. Como raramente há repetições da sua atribuição à mesmo pessoa, pode-se dizer que Hollywood perdeu uma excelente oportunidade de fazer justiça a Charlize mais tarde, não tendo antes atribuído o prémio a Diane Keaton ou Samantha Morton. O futuro dar-me-à razão, ou a uma Sul-Africana de meia-idade conservando eterno brilho e elegância.

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