domingo, junho 13, 2004

Como os prezados leitores repararão, acabou enfim a confusão com os archives. Isso quer dizer que de ora em diante os posts serão mais curtos (em parte) e frequentes. Ou seja, deixam de ser simplesmente semanais.

O assunto do dia é indubitavelmente a seleção nacional e a sua desapontadora derrota perante a bem organizada turma helénica. Depois da enorme euforia em redor da equipa lusa, eis agora a ressaca em redor da derrota. A reter há apenas meia dúzia de coisas: que a Grécia é sem dúvida uma equipa bem organizada; que as equipas menos conhecidas têm esse mesmo privilégio, ou seja, podem sempre surpreender; que Rui Costa está realmente fora de forma (embora eu apostasse que se entrasse na 2ª parte faria coisas interessantes); que Paulo Ferreira não é o inexpugnável que se pensava;e que Scolari terá mesmo de arriscar um pouco mais.
Mais uma vez teremos de fazer contas até ao fim; mais uma vez falhou a finalização; de novo vieram os pseudo-entendidos na matéria afirmar que "era perfeitamente previsível a derrota frente à Grécia", quando antes do jogo faziam previsões totalmente opostas; outros resolveram mais uma vez atirbuir as culpas a Figo (?!) e a Ricardo, com o argumento de que "com o Vítor Baía é que era", embora não expliquem como é que o Vítor Baía iria defender aquele penalty e o primeiro golo fora do âmbito de visão. E, claro, aqueles que com mais ou menos razão não deixarão de culpar Scolari de tudo e mais alguma coisa.
Sempre que Portugal é favorito os resultados ficam aquém do esperado. Ao contrário do que aconteceu no europeu de há 4 anos, onde vimos uma das melhores equipas nacionais de sempre. Como era des esperar, voltamos a meter a pata na poça, embora seja duvidoso que a lição tenha servido para algo. Porque o Euro começou agora, e está longe de terminar. Pede-se pois menos euforia bacoca e mais confiança nos jogadores lusos.

Por falar em euforia, era mesmo esse o sentimento dominante ontem à noite na Praça da Ribeira, onde desfilavam cantores pimba que punham a dançar não só portugueses mas também holandeses, ingleses, franceses, croatas, gregos, suíços, alemães, espanhois, dinamarqueses italianos e letões. Foram pelo menos essas as nacionalidades reconhecíveis, no meio do arraial que misturava música (pimba, claro), cerveja, e iconografia nacional/futebolística, a começar pelas omnipresentes bandeiras portuguesas. Ao menos o ambiente era de convívio e alegria.E o espectáculo dos holandeses rendidos a Emanuel hilariante.
É de arrepiar o comentário do adepto grego que, perante a minha incredulidade divertida profetizava que a Grécia iria ganhar no dia seguinte, à frente de milhares de portugueses, fazendo uma analogia com as vitórias de Alexandre contra um exército persa muito superior em número. Seria o covicto mancebo descendente da troiana Cassandra?

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