Entre os Vikings vermelhos
Regressei há pouco do único jogo do Euro-2004 que vi (e com certeza verei) ao vivo: o confronto nórdico Dinamarca-Suécia, uma oportunidade demasiado preciosa para ser desperdiçada, mais a mais perto de casa, no Bessa. Naturalmente, como estava na sua bancada, apoiava os súbditos da Rainha Margarida, trajados de vermelho vivo, em confronto directo com o grande vizinho do Norte, cujos adeptos constituíam uma extensa falange de amarelo e azul. De qualquer forma ressalvo, para além da forma ordeira com que os nórdicos se comportaram (como seria de esperar), a imensa alegria no apoio ás respectivas seleções, estivessem a ganhar ou a perder. Estando ao lado dos dinamarqueses, sentia melhor as suas emoções e o seu nervosismo, e festejei os seus golos como se do meu país se tratasse. Em certo momento começaram todos (mesmo)a saltar, o que fazia com que o cimento das bancadas vibrasse furiosamente, como se fizesse parte também ele do jogo. Numerosos cânticos eram constantemente entoados, e ao intervalo ouviu-se um grito de júbilo em todo o estádio: a Itália perdia com a já desqualificada Bulgária, o que punha os dois adversários nos quartos de final. Só que ao contrário do que os escandinavos deveriam estar à espera, o tempo estava húmido e chuvoso, pelo que que se viam chapéus de todos os feitios: simples bonés, panamás, os celebres capacetes de Viking, de parte a parte (e não, nem todos eram de peluche), chapéus de palha com uma bandeirinha de Portugal, etc.
O jogo em si não primou pela habilidade técnica tal como a compreendemos, até porque tal não é apanágio dos homens do Norte. Mas foi renhido e bem disputado, teve momentos de bastante emoção, e, claro, quatro golos, dos quais há a destacar o primeiro, um perfeito chapéu de Tomasson (que bisou)que deixou o guarda-redes contrário em total desespero. O velho Larsson também marcou, um ano depois de, naquela mesma baliza, ter carimbado o bilhete de ida do Celtic de Glasgow à final da Taça UEFA, para desespero de tantos boavisteiros. Apesar de já não haver Schmeikel (que já vislumbrara naquele mesmo estádio, ao tempo em que andava de leão ao peito), nem Ravelli, Laudrups, Schwarz ou Brolin, os jogadores dos países vizinhos portaram-se com galhardia, mesmo fazendo compasso de espera no final para permitir a passagem dos dois, o que veio a suceder. Garanto que, exepção feita a esses momentos do fim, não jogaram para o empate. Que é o mesmo que dizer que não dei o tempo, sempre chuvoso, por perdido. Definitivamente, fiquei fã destas equipas, dos adeptos e do seu colorido e simpatia.
quarta-feira, junho 23, 2004
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