A história portuguesa não tem tão poucos heróis como por vezes se pensa ou se quer fazer crer. Tem os suficientes para que um pequeno país nascido no Séc. XII e que consolidou as suas fronteiras actuais cem anos depois continue a existir e tenha dado um contributo enorme para a História Universal, deixando como traços a língua, os monumentos e arquitectura e os povos miscigenados, além de um sem número de memórias e relações diplomáticas com antigos parceiros e colónias. Entre esses heróis, ocupa lugar de destaque Nun ´Álvares Pereira.
Fazendo ontem arrumação à casa, saiu-me às mãos um pequeno livro de história da minha infância, daquela colecção da ASA, de cor laranja, muito em voga nos anos oitenta. Tive pela primeira vez contacto com a figura do Condestável, e ao longo dos tempos fui conhecendo a sua obra, a sua coragem e lealdade para com o Mestre de Aviz e a causa de Portugal, o seu génio militar, a sua religiosidade e o deu desapego das coisas terrenas no fim da vida. É possível que os seus feitos tenham sido um pouco mitificados e que a falta de documentação além dos escritos do cronista Fernão Lopes não nos mostre de forma mais transparente a vida do Condestável. Mas há coisas que não se podem desmentir: Nun´Álvares foi uma figura fulcral na luta pela independência, venceu os Atoleiros, Valverde e Aljubarrota contra exércitos muito maiores em número graças à sua determinação e à aplicação das tácticas com que a Inglaterra vinha coleccionando vitórias na Guerra dos Cem Anos, participou na incursão a Ceuta, início da grande aventura dos Descobrimentos, e mandou edificar o Convento do Carmo, onde passou os últimos anos numa vida monástica e despojada. Teve ainda outras ocasiões de demonstrar a sua piedade, distribuindo cereais pelo povo faminto em anos de fome, e o seu heroísmo, como na campanha do Minho, reconquistando para a causa de Aviz as praças e castelos que apoiavam D. Beatriz.
É por isso que a canonização de Nuno de Santa Maria deve encher os portugueses e o Estado Português de orgulho. O reconhecimento da sua santidade é a melhor homenagem que podiam fazer aos valores cristãos que sempre o nortearam. Sim, houve outros heróis portugueses, e na sua época, felizmente, eles não faltaram (começando pelo Mestre de Aviz, e prosseguindo com Álvaro Pais, João das Regras, Rui Pereira, sobrinho do Condestável, e tantos outros, conhecidos e anónimos). Mas há algo de diferente, de mais místico, de mais puro, uma aura de cavaleiro medieval que combate em prol dos seus ideais - não por acaso chamaram-lhe o "Galaad português - que tornam o agora São Nuno de Santa Maria uma figura incontornável da mitologia e da História de Portugal.
6 comentários:
Oi amiga Rah!
Fiquei muito feliz, por você ter vindo me visitar.
Ganhei uma madrinha muito especial que é a Marcia. Ela me ajudou a dar uma roupagem linda para o meu blog. Tenho certeza que se você precisar ela vai poder te ajudar muito. Ela faz as coisas com o coração.
E qualquer coisa que eu lhe puder ajudar, pode contar comigo. Vamos vender sonhos e construir sonhos por esta mundo de Deus.
Legal. Ah!, no que r mais tempo virei conhecer melhor o seu blog. Parece ter muitas informações legais.
Um grande abraço Menina.
Sandra
Acho que se enganou no blogue.
Pimenta, não sabia que tinhas ido ao Brasil!?
E,... agora tratam por menina Rah!?
Que é que se passa?
Melhor: OS SEUS PAIS SABEM???
Também eu gostava de saber...Significará isto que vou ao Brasil em breve?
Essa colecção de que fala, João Pedro, comprei-a, aos poucos, claro, à minha irmã mais nova, mas face ao desinteresse dela, acabou numa prateleira da minha estante :)
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