A guerra eleitoral brasileira - Eneas Carneiro
Nas vésperas da segunda volta das presidenciais brasileiras, que vão escolher o novo chefe de estado e de executivo brasileiro (muito provavelmente Dilma roussef, por quem não nutro a menor simpatia, mas isso é outra história), relembro algumas figuras de campanhas anteriores. Nas eleições para os orgãos legislativos e estaduais deste ano muito se falou de Tiririca e da sua campanha ("pior do que tá não fica"), assim como a da "mulher-pêra", de candidatos evangélicos ou da eleição de Romário e Bebeto para o Congresso. Mas a comicidade ou excentricidade das guerras eleitorais brasileiras já vem de longe. Lemas fortes, ideias surpreendentes, dezenas de partidos com momes parecidos ou ideologias ambíguas, de tudo se encontra nas eleições de Vera-Cruz.
Um dos mais destacados era Eneas Carneiro, que aliava uma figura singular a um discurso erudito mas violento e supersónico. Baixo e magro, de enormes óculos de massa, careca e com uma enorme barba negra, Eneas ganhou imensa popularidade e lugares de destaque nas presidenciais, antes de se tornar deputado federal. Ameaçava os corruptos, prometia a bomba atómica para o Brasil e proclamava a suma importância do conhecimento. Era já uma personalidade conhecida em todo o Brasil, até à sua morte, em 2007, de um linfoma. O seu minúsculo partido, o PRONA, não resistiu ao seu desaparecimento e fundiu-se com outro movimento. Mas de Eneas ficaram os discursos inflamados e a sua frase-chave, que o tornou conhecido em todo o Brasil: Meu nome é Eneas!
Eneas Carneiro em 1989
Eneas Carneiro em 1989
...e a última campanha de Eneas
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