Como nem tudo pode ser mau, Portugal conseguiu uma importante vitória externa, ao ser eleito para membro não-permanente do conselho de Segurança da ONU. Com adversários como a Alemanha e o Canadá, ambos membros do G8, a tarefa não era fácil, mas superaram-se as barreiras (e os canadianos). Para isso, tivemos de contar com os votos de países como a China e a Rússia, que por quaisquer razões, porventura estratégicas, preferiram ver Portugal como interlocutor temporário no Conselho de Segurança. Há que agradecer também à Espanha pelo apoio dado e por convencer os estados sul-americanos a votar em nós. Em contrapartida, estados houve da União Europeia que votaram no Canadá. Mais uma prova de que a solidariedade comunitária é mais um véu institucional que outra coisa qualquer.
É certo que os canadianos desistiram antes da terceira ronda, mas apenas porque ficaram muito abaixo de Portugal na segunda rodada. Recorde-se que o Canadá, além de ser membro do G8, é o segundo maior país do Mundo em área e já tinha estado por seis vezes (todas a que se candidatou) no conselho de Segurança.
A importância desta eleição para Portugal é significativa. Para já, porque apesar de tudo mostra que nem tudo corre mal e dá uma pequena balão de oxigénio no amor-próprio. Depois, por causa do prestígio e da imagem externa do país, numa altura em que é acossado por agências de rating e periódicos financeiros. E por fim (esta é a razão porque escrevo agora, quase duas semanas depois do feito), porque pode influenciar a permanência do quartel-general regional da NATO em Portugal, a poucas semanas da cimeira, e cuja saída, perfeitamente plausível, seria prejudicial ao nosso país. É uma indiscutível vitória da diplomacia portuguesa, por muito que isso perturbe os adeptos do "quanto pior, melhor", mais fiéis a esquemas partidários do que ao Bem Comum do país. Agora veremos os frutos que se vão colher. E se Oeiras mantém a sua importância estratégica.
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