Via Delito de Opinião cheguei a este texto pormenorizado, intenso e angustiante, recordando uma dos temas que mais me fascina e me assombra: a queda de Constantinopla às mãos dos Otomanos. Lá encontra-se a magnificência final das cerimónias da igreja oriental e dos Imperadores bizantinos, a defesa desesperada das muralhas pelos seus habitantes, a entrada cataclísmica dos turcos na cidade, perante a qual o Basileus Constantino XI Paleólogo e os seus últimos fieis se atiraram de armas na mão, para perecer juntamente com o império, e todos os massacres, violações, pilhagens e demais atrocidades perpetrados pelos invasores. Para que a leitura ficasse ainda mais completa, aconselharia um texto de Stephan Zweig, incluído numa obra do autor (qualquer coisa como "Momentos Decisivos da Humanidade"), editado recentemente, em que mostra a escassíssima ajuda dos cristãos do ocidente, as técnicas usadas pelos otomanos para ultrapassar a inexpugnável corrente de ferro que fechava o Bósforo e o patético, e autenticamente bizantino descuido que permitiu que os turcos aí entrassem: uma minúscula porta (a Kerkaporta) aberta entre as muralhas, por distracção dos defensores. Assim caiu Constantinopla, e acabou definitivamente o Império Romano, mil anos depois do do ocidente. Uma página negra da história da Europa, que, e por muito que isso desagrade ao senhor Erdogan, convém sempre relembrar.
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