Assobios
A tão badalada selecção bósnia, com o temível Dzeko à cabeça, acabou por ser despachada da Catedral da Luz por expressiva goleada, e assim a Selecção Portuguesa lá irá a mais um Europeu de futebol, evento que não falha desde 1996. Mas desagradou-me ver o público português assobiar o hino da Bósnia-Herzegovina. Por pior que fosse o estado do relvado do recinto em que nos acolheram (quando havia melhor em Sarajevo), o volume dos insultos com que brindaram a Selecção, as provocações a Ronaldo, a intensidade dos laseres para os olhos e os seus próprios assobios, os hinos devem ser sempre preservados. Representam todo um povo, incluindo os respectivos bárbaros, mesmo que sejam a maioria, e são a expressão musical da sua alma. É um dos raros símbolos com que os nacionais de um país ainda se identificam. Por isso, as assobiadelas não fizeram sentido, ao contrário da goleada e de algumas brincadeiras supervinientes. Um povo antigo como o português jamais devia descer ao nível dos balcânicos e do seu atabalhoado e artificial estado com menos de vinte anos. O insulto tem atenuantes, mas não desculpas.
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