segunda-feira, março 31, 2014

As consequências das municipais francesas




Não vale a pena criar monstros e anunciar catástrofes onde não existem. A Frente Nacional conseguiu o seu melhor resultado de sempre nas municipais francesas, mesmo que tenha falhado o objectivo de conquistar Perpignan e Avignon. O PSF confirmou a extrema impopularidade de que vem gozando (sobretudo por causa de Hollande), mesmo que tenha conservado Paris, ganha sem surpresas por Anne Hidalgo, e a UMP reforçou-se com a conquista de numerosas cidades, além de conservar as já tradicionais Bordéus, com o eterno Allain Juppé, e Marselha (onde a FN também teve um resultado de respeito). Resultados? Hollande já substituiu o governo, colocando à sua frente o popular Manuel Valls - tal como Hidalgo, de origem espanhola - , a UMP canta vitória e reforça-se, amaciando o clima de tensão interna em que vivia depois da luta fratricida pela sua liderança, e o partido do clã LePen reforça-se e prepara agora o assalto às europeias, em que ficar atrás do segundo lugar é derrota. A extrema-esquerda, por sua vez, desaparece, e é bom lembrar que o Partido Comunista esteve à frente de importantes cidades. Se tudo isto terá consequências para o futuro da França para além das europeias, é coisa impossível de prever. Quem poderá responder a isso no futuro próximo serão os munícipes franceses. Tudo o resto é futurologia.

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