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Morreu Shimon Peres. Era o último grande sobrevivente da geração nascida na Europa que fundou o Estado de Israel, que o construiu e defendeu desde o início (teve logo responsabilidades na guerra de 1948), e que ainda estava ligada à imagem romântica da terra prometida de refugiados e sobreviventes que resistiam a todos os seus invasores. Exerceu os mais altos cargos da nação, e tendo dedicado uma vida inteira ao seu país, sendo um homem de combate, também o soube ser da paz. Negociou arduamente a pacificação com os palestinianos, tendo recebido o Nobel da Paz pelo seu trabalho nos Acordos de Oslo. Só saiu da presidência do país com mais de 90 anos. A última imagem que me recordo dele é a de plantar uma oliveira em Roma com o Papa Francisco, o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e o Patriarca de Constantinopla. Poderá ficar como um símbolo dos seus esforços para a paz. No seu lugar ficaram os Netanyahu, os fanáticos nacionalistas ou ortodoxos e uma classe política incapaz sequer de lhe chegar aos calcanhares.
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