segunda-feira, janeiro 24, 2005

Quando a hipocrisia bate à porta

Nem sempre concordo com Ana Sá Lopes, e muito menos com a sua insuportável e politicamente correcta Vanessa. Mas o seu artigo de hoje no Público (não sei porquê, mas não está "linkável"), onde opina sobre a infelicíssima tirada de Louçã, tem a minha total concordância. Mais ainda: a referência ás ainda mais atrozes declarações de Teixeira Lopes (recordemos: "há um limiar de hipocrisia muito forte da parte de Paulo Portas, que constrói uma fachada de conservador, de homem de Estado, mas que depois não a leva até ás últimas consequências" - como casar e formar família) é digna de registo. Porque Louçã ainda tem a desculpa de ter tido um mau momento, uma frase saída a quente. Mas o deputado portuense, falando no dia seguinte e depois de analisada a situação de forma - supostamente- mais racional, mostrou a face mais intolerante, totalitária, e, porque não, ignóbil, do BE. O mesmo movimento que defende as minorias, o direito à liberdade individual e o respeito absoluto pela reserva da vida privada pretende agora imiscuir-se na esfera íntima de alguém que defende ideias políticas e sociais diferentes. Será que para o BE essa mesma liberdade individual não é extensiva à "direita", ao "centro", e a todos os que não se revêm na cartilha neo-trotskista? Ou não deveria nesse caso Teixeira Lopes, para mostrar a força das suas convicções, andar a fazer "tags" e "graffitis" (como já defendeu), fumar cannabis em público ou"okupar" casas? A coerência vale para todos, não é?

4 comentários:

Freddy disse...

Mas quem é que ainda dá um microfone ao Louçá?..

http://zonafranca.blogspot.com/

João Pedro disse...

Bom, o Louçã não deixa de ser alguém extremamente inteligente e com valor, mas gosta muito destas tiradas mediáticas e "fracturantes".

Freddy disse...

Também já pensei como tu mas hoje em dia...Balelas...Mudei de ideias!

http://www.zonafranca.blogspot.com/

João Pedro disse...

É a democracia a funcionar. Qualquer um pode dizer os disparates que a Lei lhe permite. Neste momento, eu diria que isso se tornou a regra em lugar da excepção, e só por esse facto se pode ver como a nossa Democracia funciona bem.