Tirando a Grécia (e mesmo assim, apenas a região da Ática), não conheço nada dos Balcãs. Essa região montanhosa, de que ouvimos falar quando ocorrem distúrbios e conflitos étnicos, com reminiscências ortodoxas e muçulmanas, e desde o último alargamento rodeada - se não ocupada - pela UE, apenas se me revelou vista do ar. Lembro-me claramente de ver Corfu quase a tocar na costa albanesa, e a linha do Adriático a banhar Montenegro e Croácia.
Sendo uma região ainda algo desconhecida nos roteiros turísticos e com amplas diferenças culturais no meio desta Europa "civilizada" onde vivemos, tenho desde há muito uma curiosidade imensa de conhecer essa região. Não somente (mas também) a parte mais visível e visitável, como as ilhas gregas ou as estâncias croatas; são sobretudo as cidades romenas e búlgaras, os Cárpatos, a tripartida Macedónia, o idílico Montenegro e até a misteriosa Albânia que chamam por mim. Aqui há uns anos, como tivesse a oportunidade de ir a um congresso de estudantes em Budva, aldeia costeira montenegrina, cheguei a elaborar um complicado plano, em que iria por terra de Veneza até à dita localidade. Mas tive exactamente nessa altura os meus exames de fim de curso e o plano gorou-se (ainda assim, pouco tempo depois passei por Veneza). Desde então, pensei em fazer larga peregrinação pela Grécia, mas a coisa ficou igualmente adiada.
Continuo com planos muito, muito teóricos para ir aos Balcãs. Depende sempre de uma data de factores, desde a disponibilidade, as economias, companhias, e, claro, a situação política que não prima pela estabilidade, embora não tenha grande vontade em ir para o Kosovo. Mas o interesse mantém-se. Sei que lá irei, só não sei quando.
Entretanto, brincando com a Wikipedia, fui dar a uma região de que me tinha esquecido, mas que, ao me ser mostrada em tempos num documentário televisivo, me tinha deixado assombrado.
No centro do Cáucaso, no norte da Geórgia, um país também politicamente instável e à procura do seu rumo, entre montanhas que ultrapassam os 5000 metros, existe uma região quase perdida, um povo com costumes ancestrais, que venera São Jorge e as matriarcas de família, tem um dialecto próprio e vive em aldeias vigiadas por torres medievais. Uma região chamada Svaneti, rara nos mapas.
Se pensava que os Balcãs eram algo de remoto, coisa que já não são assim muito, que dizer desta fronteira-sul entre a Europa e a Ásia? Confesso que apesar das dificuldades evidentes em ir até tal região, dados os conflitos no Cáucaso e os deficientes meios de transporte, fiquei com uma enorme vontade de ir até lá. Isto sim, seria uma aventura com o seu quê de autêntico. Apesar de tudo, parece-me que será mais fácil ir antes aos Balcãs. O Svaneti, depois de tantos séculos de pachorrento isolamento, não vai certamente sair do lugar.
Voltarei a este tema, mas acharia graça ver mais blogs com notas dedicadas ao assunto.
Mestia, capital do Svaneti, com as omnipresentes montanhas ao fundo
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