sexta-feira, novembro 23, 2007

Projectos ferroviários portugueses esquecidos


Cortesia do Blog da Rua Nove

Este mapa das comunicações portuguesa, dos livros da 4ª classe dos anos 50 que descobri aqui, tem algumas particularidades curiosas, como alguns projectos de vias férreas nunca concretizados.
Vale a pena imaginar essa hipotética realidade ferroviária. E olhando atentamente, descobrimos uma linha do Lima, que iria até Ponte da Barca e inflectiria para Braga e Guimarães, assim como uma espécie de circular ferroviária do Minho. Dessa linha sairia outra até ao terminal da do Tâmega, Arco da Baúlhe, e daí ligaria à do Corgo, nas Pedras Salgadas.
Mais abaixo vê-se o traçado da linha do Varosa, que partia da Régua e atravessava o douro. Embora nunca tenho tido funcionamento, ainda se construíram algumas estruturas destinadas a suportá-la, como a grande e inútil ponte de ferro na Régua e alguns viadutos no caminho para Lamego. Mas a coisa nunca se chegou a fazer. É pena, porque dessa cidade ainda iria para sudeste e perto de Trancoso encontrar-se-ia com outra linha fictícia, que partiria de Viseu até ao Pocinho, fazendo a ligação com a linha do Tua, provavelmente para transportar os minérios de ferro explorados na serra de Reboredo, em Moncorvo. E já que estamos nessa zona, refira-se que também havia planos para se prolongar essa linha até Vimioso.
Mais para o centro observamos que se pretendia igualmente ligar o ramal da Lousã à já desaparecida linha do Dão, fazendo a ligação Serpins-Santa Comba. Outra circular fechada, desta vez no coração da Beira.
De Leiria também se queria fazer uma linha que passasse pela Batalha até à Nazaré. Estranho que não abrangesse Alcobaça, segundo parece, mas pela imagem não se percebe completamente.
Outra ideia nunca concretizada era ligar Peniche ao Cartaxo e, com mais envergadura, Alcochete a Ponte de Sôr, numa travessia por uma zona quase deserta e pelo norte do Alentejo. E ao que julgo, também nunca se chegou a ligar Portalegre a Sousel e Alcácer do Sal a Évora, e muito menos Lagos a Aljezur.
Já sobre os campos de aviação não me pronuncio, porque francamente as cores que os distinguem não ajudam.
No caso dos comboios, tenho bastante pena que não se tenham levado avante estes projectos. Mas será bom lembrar que caso tivessem sido construídas, estas linhas provavelmente já não existiriam, com a total falta de visão e de capacidade de defesa do património das empresas ferroviárias e do Estado, da concorrência das estradas e do sector rodoviário, que liquidaram tantos trajectos únicos e se propõem a acabar com mais um, insubstituível: a linha do Tua.

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