Um silêncio ensurdecedor
Ouve-se em blogues, revistas e cartas aos jornais que o escândalo da atribuição de casas por valores irrisórios, pela CM de Lisboa, a uma quantidade de gente da confiança dos seus responsáveis, está "envolvida em silêncio", ou "é um caso de que ninguém fala". Essas mesmas críticas encarregam-se de demonstrar precisamente o contrário. Aliás, não houve orgão de comunicação social ou blogue que não tivesse falado no assunto (este blogue é uma excepção, reconheço), exemplificando beneficiários, apontando o dedo a alguns "culpados" e bramindo contra o "estado das coisas". Só gostava de saber o que mais queriam. Os responsáveis atirados para as masmorras? Autos de Fé para quem ocupou aquelas casas? O caso merece atenção e diivulgação e revela bem o espírito de compadrio e o sistema de cunhas existente na nossa sociedade, mormente nas autarquias. Mas tenhamos um pouco mais de bom senso: não há aqui homicídios ou violações. Denunciemos o que há a denunciar sem fazer disto um caso de proporções inimagináveis. E acima de tudo, não se use o "ninguém fala" precisamente quando todos falam. Para que a indignção não ande sempre a par do ridículo.
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