terça-feira, dezembro 16, 2008

"Morro bem, salvem a Pátria"*

E entretanto também se passaram noventa anos de outra morte, esta mais violenta, em plena estação do Rossio, do "Presidente-Rei" Sidónio Pais, a que já tinha feito referência, de que a RTP resolveu fazer um documentário, ao que parece um pouco para o fraco.


Curioso como uma figura popular e que pela primeira vez conseguiu ser eleito em sufrágio popular, coisa que anteriores os demagogos da 1ª República jamais fizeram, passa hoje em dia por "ditador. Não seria um democrata exemplar, mas ao lado dos carbonários que o mataram era um Ghandi.

A popularidade e a o clima de permanente guerra civil que se viviam na altura ficaram bem patentes no imenso funeral de Sidónio, seguido por largos milhares de pessoas, pelas ruas da Baixa lisboeta e até aos Jerónimos, com atiradores a disparar dos telhados da rua Augusta e a provocar o pânico (e a retaliação) consequente.

Ainda hoje estou para saber se os sidónios, os bolos, são uma homenagem ao "Presidente-Rei" assassinado há noventa anos e dois dias.


*Épica frase atribuída a Sidónio antes de expirar, mas que, ao que tudo indica, é falsa; o moribundo teria antes exalado um muito mais natural "não apertem tanto, rapazes".

Um comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Odiaria ter vivido naquele tempo de m...!