domingo, junho 07, 2009

Primeiras impressões da noite eleitoral


- Vitória do PSD por números não muito longe das sondagens
- Derrota incrível do PS, abaixo de qualquer previsão
- Subida grande do BE, dentro do que se esperava
- CDU com um bom resultado, por pouco não conseguia o 3º
- CDS-PP aguenta-se bem, e como sempre teve mais votos do que o anunciado
- Pequenos partidos aquém do que prometeram (o MEP conseguiu apenas 1,5% dos votos)
- Brancos e nulos inesperadamente elevados
- Abstenção igual a si própria nas europeias: enorme. E nem sequer estava bom tempo
Sócrates é o principal derrotado da noite; o seu rosto grave e sem sorrisos assim o denotava; Vital é o rosto da derrota, levando o PS ao seu pior resultado desde os anos oitenta. A campanha da vitimização e as acusações da "roubalheira" voltaram-se contra ele. Parece-me que o seu fugaz regresso a terreno eleitoral mais não foi do que o esboço de um zombie político, cuja carreira nessa área há muito tinha acabado.
A CDU tem um resultado melhor do que o previsto e por pouco não ia ao 3º lugar. Sem figuras de proa, é possível que a enorme manifestação em Lisboa lhes tenha dado outra dinâmica. O Bloco pode cantar vitória, pelo 3º lugar e 3º deputado, em cima da meta. Mais mérito de Portas e compagnons de route do que de Louçã, que já apareceu com as "superioridades morais" do costume.
O CDS-PP como sempre ficou além do que as sondagens previam e conseguiu mesmo a melhor percentagem de há sete anos para cá. Meteu dois deputados, contra todos os vaticínios, e tem legitimidade para estar satisfeito.
Vencedor da noite: Paulo Rangel. Manuela Ferreira Leite tem o seu mérito, como é evidente, mas Rangel, que apareceu há relativamente pouco tempo na política nacional, mostrou uma imagem de rigor e combatividade que era o tónico de que o partido provavelmente precisaria. A vitória é escassa, apesar da diferença de 5 pontos para o PS, mas imprimirá certamente uma maior dinâmica eleitoral ao PSD, que parte agora reforçado para novos combates.
Ainda ontem, num jantar com amigos que também travaram conhecimento com Rangel carteiras e nas orais da faculdade, havia quem dissesse que ele iria "ser um dia Primeiro-Ministro". não sei se isso vai acontecer ou não, mas o certo é que Paulo Rangel marcou hoje definitivamente o seu espaço e tornou-se uma figura de monta na política nacional.

Nenhum comentário: