quinta-feira, dezembro 17, 2009

Falácias catalãs

Algumas localidades catalãs votaram, a título "experimental", a favor da independência da Catalunha. Nalgumas delas a percentagem da aprovação chegou aos 90%, muito embora a abstenção fosse de 70%.


Francamente não compreendo esta obsessão independentista dos catalães. Têm a sua língua e costumes próprios, não têm grandes problemas económicos, e na prática são um estado federal, até com estatuto de "nação". Foram histórica e brevemente um condado independente, praticamente um território feudal depois absorvido por Aragão. Desde a Transicion que constituíram a sua Generalitat, que desaparecera no Séc. XVIII, salvo um breve período na 2ª República. Revoltaram-se em 1640, ao mesmo tempo que Portugal, mas foram mal sucedidos. Tomaram o partido dos Habsburgos na Guerra de Sucessão de Espanha, mas perderam a causa e inúmeras regalias. Perderam igualmente a Guerra Civil. Tornaram-se anti-castelhanos primários e de certa forma chauvinistas, ao menosprezarem a língua castelhana na sua região. Várias forças nacionalistas e radicais, como a Esquerda Republicana Catalã, de Carod Rovira, que em tempos tentou fazer um acordo com a ETA, ajudam a extremar ainda mais esses sentimentos secessionistas.


O argumento que menos colhe é o do "centralismo de Madrid": qualquer pessoa que tenha uma ideia das cidades da região verifica que Barcelona é muito maior do que as urbes que se lhe seguem - tem mais de um milhão e meio de habitantes, além dos da área metropolitana, ao passo que o segundo maior burgo, Tarragona, não ultrapassa os 150 mil. Numa Catalunha independente, Barcelona seria muito mais centralista e eucaliptizaria o "estado". A não ser que se invocasse a história e que fosse Aragão a tornar-se independente, com a Catalunha como parte integrante a Barcelona como principal porto de mar. A capital, essa, seria Saragoça.

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