Em 2009 comemorou-se um trágico acontecimento, que me passou na altura, talvez pela míngua de recordações: a tragédia da Ponte das Barcas, a maior desgraça que aconteceu à cidade do Porto, com a morte, no rio Douro, de centenas ou milhares de portuenses, que fugiam em pânico dos soldados de Soult, na 2ª Invasão Francesa, que entrar no país provindo de Trás-os-Montes, como sempre semeando a morte e a destruição.
A 29 de Março de 1809 entraram na cidade e desencadearam a tragédia. Seriam expulsos dias depois pelas tropas anglo-portuguesas, comandadas por Wellesley, que acabou por comer o almoço preparado para o general francês, que teve de fugir apressadamente. Mas a mortandade estava feita. A Ponte das Barcas, na altura queimada pelos franceses, foi reconstruída, e mais tarde substituída pela Ponte Pênsil e pela Ponte Luís I. Para relembrar esses eventos, o Público lançou quatro volumes de uma colecção intitulada "O Porto e as Invasões Francesas". No seu local da ponte serão erguidas duas obras em metal, de um lado e do outro do rio, da autoria de Souto Moura. Mas há já muito que as Alminhas da Ponte, um baixo-relevo do escultor Teixeira Lopes, são o memorial do desastre. Lá, nunca faltam velas acesas em memória dos muitos que pereceram no rio, há duzentos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário