A famosa "candidatura ibérica" suportada pelas federações futebolísticas de Espanha e Portugal perdeu. Ainda bem. Quando ouvi o nome do vencedor pela rádio fiquei satisfeito (mas não surpreso, porque nos corredores da FIFA já se sussurava que a Rússia tinha ganho). Como já aqui escrevi há mais de um ano, estava totalmente contra este projecto, pela mentira inicial - a de que serviria para aproveitar os estádios menos usados construídos para 2004 - pela subserviência a Espanha, como atesta a pouca importância votada aos recintos de Portugal, que nem o jogo inicial receberiam, e até o termo "ibérico", que conduz directamente ao país vizinho - e também pela razão moral de que se um país (neste caso, dois) atravessa uma grave crise financeira e económica, não se deve lançar em mega projectos desta natureza para o futuro. Além de que assim o TGV já pode ficar adiado sine die (o Mundial seria um bom pretexto para se avançar com a sua construção).
Ao mesmo tempo, já tinha tomado partido pela Rússia. A candidatura da Bélgica/Holanda já estava de fora, e os ingleses, como é tradição desde Francis Drake, fizeram uma autêntica acção de pirataria mediática, lançando através dos seus influentes jornais suspeitas sobre todos os outros candidatos. No fim, saíram pela porta pequena, e nem a presença do cómico Boris Johnson lhes valeu para que o football comes home. Terão de esperar mais uns anos antes de tentarem repetir a proeza concedida em 1966.
Assim, a velha pátria dos czares vai ser a anfitriã em 2018. Embora tenham organizado os Jogos Olímpicos de 1980 (os do ursinho Mischa, boicotados por meio mundo), não têm grande experiência na matéria, mas julgo que, ao contrário do que imaginam os perspicazes Zapatero e Sócrates, a causa da sua vitória é mesmo a possibilidade de um grande país ter a oportunidade de organizar um evento destes partindo do zero e erguendo novas infra-estruturas. Não precisaram de Putin nem de Medvedev na cerimónia para nada, e por via disso houve quem suspeitasse logo de subornos e rublodólares por baixo da mesa, não se sabe se com informações fidedignas ou se por inveja. Certo é que novos e grandiosos estádios surgirão em Moscovo, São Petersburgo e Kazan, com o apoio da Gazprom, e circular-se-à pelas imensas estepes entre estas cidades em comboios gratuitos (promessa da organização). Se não for antes, até pode ser um bom motivo para conhecer finalmente o país de Pedro O Grande.
2 comentários:
concordo plenamente
O facto de nem o jog inicial temos direito mostra bem que este era o Mundial de Espanha.
E 20 jogos em 64 possiveis?
vergonha
mas ainda bem pk o TGV ja nao é prioridade assim
Mais um disparate ultrapassado?
Blog de expressão portuense, benfiquista, monárquica, católica e politicamente indeterminada. Pelo menos até ver...
olhe que não, olhe que não
o disparate parece estar no mesmo
lugar
só não se internacionalizou
jppimenta se fosse j. j. pimenta
tinha ficado mais preocupado
e ...esqueci-me é da idade
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