terça-feira, maio 17, 2011

Sarko, le rigolos, ou os pecados de DSK?



O escândalo Strauss-Kahn apanhou toda a gente desprevenida, excepto os que lhe conheciam a fama. Lê-se um pouco de tudo, desde os que conheciam e já temiam as suas investidas bruscas (como Sarkozy) sobre o "sexo fraco", aos que rapidamente se apressaram a bradar que tudo não passava de uma conspiração para arrasar a carreira de DSK. Mas de quem? De Sarkozy, que assim afastaria o seu provável adversário nas presidenciais, com enormes probabilidades, segundo reza(va)m as sondagens, de o retirar do Eliseu, como não acontecia desde 1981? Dos Estados Unidos, que urdindo um golpes de cadeiras no FMI, conseguiriram tirar um europeu - para mais um francês - da cadeira da famosa instituição financeira? De inimigos internos no PS francês?


Desgraçadamente para Strauss-Kahn, parece que o único culpado é o próprio. A sua fama precedia-o, e os pormenores do caso de perseguição da empregada do quarto do hotel só a vêm confirmar. Sabe-se que os americanos são implacáveis nestes questões (lembram-se de Clinton e as estagiárias?), e não perderam tempo a deter o garboso Dominic, de forma particularmente humilhante, quando ele já se encontrava dentro do avião, levando-o para o exterior devidamente algemado. Mais do que quaisquer explicações, as imagens de DSK a ser levado pela polícia, ou na barra do tribunal, com a barba por fazer, são fatais. Sejam quais forem as sentenças, o seu cargo à frente do FMI já era, e a enorme probabilidade de se candidatar (e ganhar) à presidência do Hexágono caiu por terra. Parece que em matéria de eleições presidenciais, Miterrand deixou uma autêntica maldição aos seus sucessores partidários: nunca mais o PS conseguiu entrar no Eliseu, e depois da recusa inesperada de Delors em 1995, da humilhação de Jospin em 2002, e da derrota de Segolène em 2007, esboroaram-se agora as probabilidades que tinha em lá chegar, com um escândalo como não se via desde o Caso Profumo. Sarko não será tão rigolos a ponto de tramar tudo isso, mas tem enormíssimas razões para abrir uma garrafa de Veuve-Cliquot. ainda para mais quando se sabe que Carla Bruni está grávida. O que significa que quase de certeza que os franceses terão que aguentar com o frenético magiar-descendente durante mais uns anos.

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