terça-feira, novembro 03, 2009

A hora do adeus do "lobo"


Com a morte de António Sérgio silenciou-se uma voz inimitável da rádio. O seu tom, entre o grave e o cavernoso, como um mensageiro de desgraças, era um marco radiofónico. Entre os seus pares era o "Mestre". Comecei só a segui-lo com o programa A Hora do Lobo, na Comercial. Já na altura tinha uma carreira de respeito como radialista. Esteve na Renascença, criou o Rotações e o Som da Frente (chegou-se até a editar um disco com as canções mais marcantes que saíram desta rubrica), e passou também pela mítica XFM, essa "rádio para uma imensa minoria", de que era um dos elementos marcantes. Estava agora na Radar - de certa forma, uma das descendentes da XFM - com o programa Viriato 25. Uma referência da rádio em Portugal e da vanguarda musical, marcou uma certa época (anos oitenta e noventa) que para muitos talvez já esteja ultrapassada, mas que legou inúmeras pérolas. Soube também, nas notícias da sua morte, que era um fervorosa benfiquista. Bom seria que outros seguissem o seu caminho. A rádio pode já ser velhinha, mas continua a fazer falta. Não se imagina uma viagem de carro nocturna solitária sem ela e sem aqueles, que como Sérgio, a tornam mágica.

Um comentário:

pedro meira disse...

Pimentão...com o tempo e a idade estás a escrever cada vez melhor...é um prazer ler os teus post´s no teu blog...no nosso blog...:)um gd ab