A norma interna aprovada em congresso é já conhecida como "lei da rolha do PSD", como não podia deixar de ser. Regras que penalizem candidatos que apoiem outras formações contra o seu partido são compreensíveis e justificadas. Mas este ridículo acrescento que proíbe qualquer crítica ao líder antes das eleições não lembra ao diabo. Lembrou a Santana Lopes, na sua ânsia de "controlar a balbúrdia". Os candidatos à liderança pronunciaram-se, e bem, contra uma regra que além de amordaçante é também ambígua e oca (caberão nela todas as críticas? E as veladas, como determiná-las?). Já Manuel Ferreira Leite, a grande opositora da "asfixia democrática", acolheu-a sem problemas. Para quem apareceu como grande combatente pela liberdade de expressão não deixa de ser uma péssima e recta final de liderança, penosa e sem réstia de credibilidade. Também gostava de saber o que pensa disto o teórico da última campanha do PSD, mas parece que as suas prioridades vão para o Magalhães.
Entretanto, e em nome do PS, Vitalino Canas classificou a nova regra do PSD como "estalinista", isto "trinta anos depois do 25 de Abril". Eu não sei a que vem o estalinismo relacionado com a data, até porque não era bem isso o que vigorava antes - quanto muito, alguns quiseram que vigorasse depois. E também não sei que raio é que o PS tem a ver com normas internas de outros partidos; pretenderá controlar igualmente o seu funcionamento interno, tal como muitas outras coisas? E as inclinações perante o "Grande Líder" Sócrates, o seu culto pronunciado da personalidade, ou as reacções dos pitbulls de guarda, tipo Lello, quando há a mais pequena crítica ao secretário-geral, não são estalinismozinhos desfocados?
Nenhum comentário:
Postar um comentário