A extraordinária turma que o Professor Carlos Queiroz resolveu levar à África do Sul teve a sua primeira "prova de fogo" contra Cabo-Verde, formada sobretudo por jogadores das divisões secundárias do campeonato. O resultado saldou-se por um rotundo zero, e a exibição, que eu não vi, segundo rezam as crónicas, esteve pouco acima da nulidade. Na Covilhã, por entre os bocejos, safaram-se Nani e um Coentrão a querer mostrar serviço. Nada que espante muito de jogadores a querer poupar-se para os jogos a sério; mas espanta ainda menos se pensarmos no grupo em questão, e que o seu treinador é Carlos Queiroz. Uma selecção que pretende ultrapassar a Costa do Marfim, enfrentar o Brasil e dominar a Coreia do Norte não colherá certamente bons augúrios ao não conseguir fazer um golo aos bons ilhéus.
A convocatória tem toda ela disparates que não se percebem, como as chamadas de José Castro e Ricardo Costa, que pouco jogaram este ano, a de Beto que também pouco esteve na baliza, e pior ainda, a de Daniel Fernandes, deixando de fora jogadores como Quim, guarda-redes dos campeões nacionais e o menos batido do campeonato, e Makukula, autor de 21 golos esta temporada, na Turquia. E talvez João Moutinho tivesse lugar. Vá lá que não leva Boa-Morte ou Caneira...
Todas as selecções têm escolhas mais bizarras ou duvidosas, e nenhuma está isenta de polémicas. Há sempre quem fique desiludido por não ir, e quem não compreenda certas chamadas. Mas Queiroz exagera. Há coisas simplesmente estapafúrdias aos olhos de qualquer leigo na matéria. Juntando isso ao facto do seleccionador nacional ser um perdedor profissional, com um currículo inversamente proporcional à importância das equipas que treina, que na sua longa carreira apenas obteve os dois títulos de juniores e uma Taça de Portugal, é de esperar o pior. Para mais, o Mundial será fora da Europa, na África do Sul; talvez os portugueses lá emigrados se disponham a deixar as suas lojas trancadas para apoiar a equipa, mas é bom recordar que nunca fora do seu continente Portugal teve uma prestação positiva num _mundial de futebol (um trauma que se estende às restantes equipas europeias, já que nunca nenhuma conseguiu ganhar a Taça fora do Velho Mundo). A coisa não promete grande sucesso. E as irritantíssimas vuvuzelas são como que trombetas de desgraça. Pode ser no entanto que para nós haja milagres e soem antes as trombetas de Jericó, derrubando as muralhas adversárias. Mas seria melhor sem os Black Eyed Peas na bagagem (outra brilhante escolha do Prof. Queiroz).
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