sexta-feira, junho 03, 2011

Os não representados

 
As campanhas dos partidos com assento parlamentar não fogem muito à rotina habitual, ao contrário do que esperava, tirando aquela renúncia aos outdoors, que sobraram para os pequenos. Estes fazem o que podem. O debate na RTP é uma migalha, mas sempre serviu para ver quem é que tinha ideias para discutir. O MPT de Pedro Quartin Graça , o MEP de Rui Marques, o PPM de Paulo Estêvão e mesmo o MRPP do "veterano" mas sempre activo Garcia Pereira foram os que expuseram ideias mais claras, e acima de tudo mais soluções concretas, por vezes coincidentes. Nem todas serão exequíveis, mas nenhum vende gato por lebre. Ouvi um pouco Paulo Borges, do Partido dos Animais, mas perdi um pouco a paciência com a conversa da união entre todos os seres vivos e que todos os valores dos outros candidatos eram relativos em comparação com o ideal que defendia (estava a ver que ia propor que os animais tivessem o direito ao voto). José Pinto Coelho não deixou de culpar os emigrantes pelos estragos do estrito conceito que ele tem de Nação; quanto ao outro Coelho, o da Madeira, começou logo desde o início a sabotar a conversa com o seu lençol de slogans, ao qual chamava"os ideais de Abril" (calculo o que Quartin Graça não terá aguentado).


As sondagens dão números interessantes aos pequenos partidos, o que pode indiciar que entrem no Parlamento. Garcia Pereira estaria na calha para isso, mas a incompreensível decisão de deixar todos os outros candidatos à sua espera em vão depois de ganhar uma providência cautelar que obrigava as televisões a transmitir debates entre eles pôs seguramente em risco a sua eleição. É pena, porque tanta persistência merecia um lugar ao velho MRPP em São Bento, mas estas atitudes pagam-se caro. Diferente posição teve o MEP, que ganhou idêntico direito ao debate, e Rui Marques não perdeu a sua oportunidade. É possível que tenha marcado pontos. quem sabe se não teremos o verde do MEP e do MPT no parlamento, levando algum ar fresco aos Passos Perdidos.


Quanto a José Manuel Coelho, duvido que a transferência para o invisível Partido Trabalhista, liderado por um senhor chamado Amândio Madaleno, sirva para segurar os surpreendentes votos das presidenciais. No fundo, os candidatos independentes à presidência nunca seguram a sua votação. a prestação no debate também não ajudou.




Ps: a Nova Democracia está transformada em partido regional madeirense, ou a passagem de José Manuel Coelho deixou o vírus da paródia no partido? É que ouvir aqueles tempos de antena, metade eles ocupados por musiquinhas pretensiosamente satirizantes, sem apresentar uma única ideia, tira logo a paciência a um santo.

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